segunda-feira, 11 de julho de 2016

Polícia Federal investiga se ex-diretor petista do BNDES cobrou propina para PT


A Polícia Federal investiga se um ex-diretor petista do BNDES teria cobrado propina da Andrade Gutierrez para o partido. Em troca de mensagens encontradas no celular do ex-presidente da construtora, Otávio Azevedo, Guilherme Lacerda trata de supostos repasses não feitos a João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, em setembro de 2012. É a primeira vez que um ex-diretor do banco aparece como um eventual agente na cobrança de propina. No dia 22 de setembro de 2012, Guilherme Lacerda manda uma mensagem para o executivo: "Otávio, o joao Vac (João Vaccari) me informa hoje que ainda não recebeu para encaminhar. Foi uma surpresa e já criei expectativas em vários lugares. Pf (Por favor) veja isso com urgência". No mesmo dia, Otávio Azevedo responde: "Guilherme, estou saindo de Londres e chego amanha. Fique tranquilo e mantenha suas promessas. Esta programação foi feita em conjunto com o JVC (Vaccari). Será feito na próxima semana. Abs". Lacerda foi nomeado diretor do banco pela presidente afastada, a mulher sapiens petista Dilma Rousseff, em 6 de fevereiro de 2012. Quatro dias depois de assumir, no dia 10 de fevereiro, ele manda uma mensagem pedindo para falar com urgência com o executivo da Andrade Gutierrez: "Otávio, já to enfrentando ps (problema). Pepinos lá da diretoria. Assumi e vc n (nem) tchan, heim? Mas brincadeiras a parte preciso ouvi-lo sobre (a) pendência (do) estádio internacional. Retorne me qdo (quando) puder g lacerda". Quatro dias depois, Lacerda cobra: "Preciso realmente falar com você!" Guilherme Lacerda já foi ex-presidente da Funcef, o fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, e era ligado aos ex-ministros Luiz Gushiken e José Dirceu. Em 2010, tentou se eleger deputado federal no Espírito Santo, mas não conseguiu a vaga. Lacerda assumiu a área de Infraestrutura Social, Meio Ambiente, Agropecuária e Inclusão Social do banco, na vaga deixada por Elvio Lima Gaspar. Ele também integrou o grupo de economistas que preparou o Plano de Governo do poderoso chefão da ORCRIM petista, Lula, nas campanhas eleitorais de 1989 e 1994, e, em 2002, foi o coordenador-geral da campanha de Lula, no Espírito Santo. As mensagens entre Lacerda e Otávio reforçam as investigações sobre o pagamento de propina em contratos de empréstimos do BNDES. O próprio Azevedo disse em delação que pagou 1% de propina sobre valores financiados pelo BNDES em obra da empreiteira Andrade Gutierrez na Venezuela.

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