sábado, 2 de julho de 2016

Petrobras corta gás para térmica do Amazonas devido à inadimplência da Eletrobras


A Petrobras suspendeu na sexta-feira (1º) o fornecimento de gás natural para usina termelétrica de Aparecida, responsável por parte do abastecimento de energia elétrica de Manaus (AM). A usina pertence a Amazonas Energia, uma empresa do grupo Eletrobras. Em nota divulgada neste sábado (2), a petroleira informou que a Amazonas Energia está inadimplente no pagamento do fornecimento de gás e que a empresa já tinha sido notificada sobre isso. Os valores da dívida não foram citados. "A Petrobras vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida", diz a nota. As dívidas do Sistema Eletrobras (o que inclui a Amazonas Energia e outras subsidiárias) com a Petrobras chegavam a R$ 13,6 bilhões ao fim de março. Desse total, R$ 4,45 bilhões tinham "liquidação duvidosa". Manaus está conectada ao SIN (Sistema Interligado Nacional) desde meados de 2013. Isso significa que a cidade pode receber energia gerada em outras regiões do País. O movimento mostra que, após negociações que se arrastam há muito tempo, a nova direção da Petrobras (agora comandada por Pedro Parente) tomou uma atitude mais dura, tentando encontrar uma solução para uma dívida do setor elétrico que envolve valores bilionários. A estatal do petróleo afirmou ainda que vem adotando as medidas administrativas e judiciais previstas no contrato para cobrar os débitos acumulados, sem prejuízo da avaliação de propostas para regularização da dívida. A inadimplência da Eletrobras é mais um problema que a Petrobras enfrenta no setor elétrico. Recentemente, a estatal questionou uma regra do mercado de energia após deixar de receber valores bilionários ao longo do último ano devido à elevada inadimplência em operações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que promove acertos financeiros mensais entre as empresas de energia. A petroleira costuma ter altos valores a receber nessas operações, que enfrentam forte inadimplência desde metade do ano passado. As regras do mercado de energia preveem que os valores não pagos pelos devedores devem ser descontados dos pagamentos feitos aos credores, como a Petrobras.

Nenhum comentário: