segunda-feira, 25 de julho de 2016

Operador revelou ao juiz Sérgio Moro a existência de "conta corrente" no Exterior de propina do PT


O engenheiro Zwi Skornicki, apontado na Operação Lava Jato como operador de propinas do esquema na Petrobras, declarou ao juiz federal Sérgio Moro ter pago 4,5 milhões de dólares ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, entre 2013 e 2014. Ele revelou a existência de uma “conta corrente” por meio da qual repassava valores ilícitos a ex-dirigentes da Petrobras e a credores do PT por indicação do então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Em depoimento na quinta-feira, Skornicki afirmou que “acertou” os repasses diretamente com Vaccari – preso e já condenado na Lava Jato. O operador disse, porém, que “não sabia” que os valores depositados em conta secreta do casal de marqueteiros na Suíça era relativa a dívida de campanha da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2010. Mônica Moura e João Santana declararam, também a Moro, que receberam 4,5 milhões de dólares relativos a dívida da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Skornicki assinou acordo de delação premiada, que ainda não foi homologado pelo juiz Moro. Ele foi ouvido como “colaborador”, com o compromisso de dizer a verdade. Afirmou que pagou propinas em todos os contratos referentes às Plataformas P51 e P52 “com o conhecimento de que ia para agentes das Petrobras”. Contou que também “tratou diretamente” sobre valores ilícitos com Pedro Barusco e Renato Duque, ex-gerente de Engenharia e ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera respectivamente. Barusco fez delação e está em liberdade. Duque continua preso. Segundo Zwi Skornick, foi dito a ele que 50% da propina sobre contratos da Petrobras “iam para o partido” – e relatou que “tratava da parte do partido com João Vaccari”. Segundo Zwi, foi o então tesoureiro do PT quem indicou o nome de Mônica Moura para que pagasse a ela parte da propina. Mônica indicou a ele a conta Shellbill para receber o dinheiro. Ele afirmou que os 4,5 milhões de dólares que entregou aos marqueteiros de Lula e Dilma tiveram origem em “propina da Petrobras”. “Foi feita uma conta corrente do sr. Vaccari”, declarou. 

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