quarta-feira, 27 de julho de 2016

BTG anuncia ex-ministro Nelson Jobim como sócio e membro do Conselho de Administração


Nelson Azevedo Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, foi anunciado, nesta terça-feira, como sócio do banco BTG Pactual. Jobim será ainda membro do Conselho de Administração, responsável por Relações Institucionais e Políticas de Compliance. Assim, Jobim deixa de ser defensor de empresários e empreiteiras propineiras, investigadas na Operação Lava Jato, para se tornar sócio de banqueiro denunciado por corrupção, formação de quadrilha e obstrução de investigação judicial. É um passo e tanto. Completa uma biografia. O presidente do Conselho de Administração do BTG Pactual, Pérsio Arida, disse que a chegada de Nelson Jobim significa "um passo em direção ao aprimoramento da gestão do BTG", assim como um aprimoramento da governança corporativa do banco. "Estou certo de que ele terá uma contribuição extremamente relevante em todas as nossas áreas de negócios", afirma o copresidente do BTG, Roberto Sallouti. Em novembro, a Procuradoria-Geral da República apreendeu, no âmbito da Operação Lava-Jato, uma anotação que indica que o banco BTG Pactual pagou R$ 45 milhões ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A transação seria para atender um interesse de André Esteves, que comandava o banco na época, em uma emenda provisória. A anotação está descrita no pedido da Procuradoria Geral da República para manter o assessor e Esteves presos por tempo indeterminado, o que foi aceito pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, no domingo. O texto foi encontrado por policiais federais na casa de Diogo Ferreira, chefe do senador Delcídio Amaral (PT-MS). A anotação seria parte de um roteiro de Delcídio para tentar soltar o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, a mando do poderoso chefão Lula, para que ele não fizesse delação premiada. "Em troca de uma emenda à medida provisória nº 608, o BTG Pactual, proprietário da massa falida do banco Bamerindus, o qual estava interessado em utilizar os créditos fiscais de tal massa, pagou ao deputado federal Eduardo Cunha a quantia de 45 milhões de reais", diz o texto. "Esse valor também possuía como destinatário outros parlamentares do PMDB", prossegue a descrição. Essa Medida Provisória, aprovada no Congresso em 2013, trata de operações bancárias. Um dos seus artigos pode ter beneficiado o BTG Pactual.

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