quarta-feira, 8 de junho de 2016

Renan Calheiros abre chantagem explícita sobre Henrique Meirelles na questão dos aumentos de salários


O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL, aquele que tem 11 inquéritos abertos contra ele na Lava Jato), cobrou nesta quarta-feira que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dê explicações aos parlamentares sobre o real déficit público do País, aprovado em 170,5 bilhões de reais na revisão da meta fiscal. Ele criticou a aprovação na Câmara de um pacote de reajustes salariais que pode implicar um gasto maior de cerca de 58 bilhões de reais até 2019, além da criação de 14.000 cargos públicos. É tudo jogo de mentirinha. É pura chantagem sobre o governo. Renan Calheiros quer aprovar os aumentos para o Judiciário e Ministério Público Federal, para tentar se livrar dos problemas na Operação Lava Jato. Disse ele, naquele modo que não engana mais ninguém: "É fundamental que nós saibamos se o déficit foi equivocado, porque se não foi equivocado fica difícil compatibilizar aumento de teto salarial, criação de cargos e reajuste de salários. Nós temos que esclarecer definitivamente. O propósito do Senado é convidar o ministro da Fazenda para que ele tenha conosco essa conversa". Claro, aperta o ministro e negocia o que efetivamente quer, ou seja, gastança permanente. Renan Calheiros sugeriu que os deputados e senadores podem ter sido induzidos pelo governo a aprovar uma meta fiscal com um déficit maior que o necessário. Ou seja, ele dá todas as pistas de suas intenções malévolas. "Das duas, uma, ou nós fomos convencidos e votamos equivocadamente o déficit de 170,5 bilhões de reais, e a União não pode dar empréstimos, reajustar salários, aumentar teto e criar cargos, ou nós temos que aprovar esses aumentos todos", disse Renan Calheiros, chegando ao ponto efetivamente desejado por ele: "Se o déficit está certo, fica difícil dar aumento. Se não está, melhor, nós poderemos dar os aumentos e fazer tudo isso". 


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Ele não respondeu sobre quando pretende pautar ao plenário o pacotão de aumentos aos servidores aprovado na Câmara com aval do governo e articulação pessoal de Temer, por meio de telefonemas aos deputados.


Renan também disse que tão logo a Câmara aprove a desvinculação de receitas da união (DRU), o Senado colocará o projeto na pauta para votação.


Lava Jato - Renan se recusou a falar sobre o impacto político e sobre a governabilidade do pedido de prisão contra ele encaminhado ao Supremo Tribunal Federal pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O caso está na mesa do ministro do STF Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato.


"Eu não vou falar nada sobre isso, antes da decisão da Suprema Corte. Nessa questão, meu eloquente discurso é o silêncio. Mas a democracia como vocês sabem é um conceito amplo e toda vez que nós como sociedade demos vazão ao desprezo pela democracia, pagamos um preço longo, doido, altíssimo e demorado. Isso é uma coisa com a qual não podemos concordar", disse Renan.

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