segunda-feira, 20 de junho de 2016

Procurador peruano diz que Chávez e empreiteiras brasileiras financiaram Humala


Um procurador peruano disse na noite de quinta-feira que o ex-presidente da Venezuela, o bolivariano Hugo Chávez, e as empreiteiras brasileiras Odebrecht e OAS, financiaram ilegalmente campanhas eleitorais do presidente do Peru, Ollanta Humala. O procurador Germán Juárez investiga a primeira-dama Nadine Heredia, co-fundadora e atual presidente do partido de Humala, por possível envolvimento em contribuições de campanha não declaradas. Ele pediu a um juiz para proibi-la de deixar o Peru. Humala possui imunidade presidencial contra investigação até cinco anos após o fim de seu mandato, que começou em 2011 e se encerra em 28 de julho. Não houve acusações formais até o momento. Segundo Juárez, um informante deu a procuradores uma carta assinada por Chávez destinada a Humala que menciona cerca de 2 milhões de dólares (quase 8 milhões de reais) em "investimentos" na primeira candidatura presidencial de Humala, em 2006. "Queime qualquer evidência, irmão, para o bem de todos nós. Isto é ajuda revolucionária, socialista", disse a carta, lida por Juárez em audiência televisionada. O presidente peruano tinha Chávez como mentor, mas após a derrota na eleição presidencial de 2006, manteve distância do venezuelano e mudou da postura, adotando um estilo mais moderado, inspirado pelo poderoso chefão Lula. De acordo com o procurador, outro informante afirmou que as empreiteiras brasileiras Odebrecht e OAS, ambas envolvidas no esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato, entregaram centenas de milhares de dólares para Humala e a mulher, além de terem pago um assessor ligado ao PT para ajudar na campanha de Humala em 2011. Esse assessor é o gardelão argentino Felipe Belisario Wermus, vulgo Louis Favre, ex-dirigente de 4ª Internacional trotskista e ex-marido da ex-petista Marta Suplicy. A Odebrecht venceu licitação para um gasoduto de 5 bilhões de dólares (cerca de 20 bilhões de reais) no Peru durante o governo Humala. 

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