quarta-feira, 8 de junho de 2016

Procurador espanhol pede julgamento de Neymar por corrupção


A Procuradoria da Espanha pede que Neymar seja processado, ao lado de seu pai, por corrupção entre particulares por causa de supostos crimes que teria cometido com relação ao fundo brasileiro DIS, que administrava seus direitos federativos antes de se transferir para o Barcelona. Se condenado, o jogador poderia pegar de seis meses a dois anos de prisão. O procurador José Perals solicitou que o juíz José de la Mata julgue o caso sob investigação e que indicie o atacante brasileiro. A DIS mantinha 40% dos direitos federativos de Neymar e o acusa de não ter pago o que deveria ao fundo ao ser vendido para o Barcelona. Mata já ouviu Neymar, seu pai e sua mãe, além dos executivos do clube espanhol, como Josep Maria Bartomeu e seu ex-presidente Sandro Rosell. A DIS insiste que deveria ter recebido 40% do contrato pago pelo Barcelona. Mas acusa os envolvidos no acordo de ter transferido apenas esse percentual em cima dos 17,1 milhões de euros (R$ 67,87 milhões) que oficialmente faziam parte do acordo. Dois anos depois da assinatura do contrato, foi revelado que o real contrato chegava a 83,3 milhões de euros (R$ 330,62 milhões) e que o montante para o fundo deveria chegar a 25 milhões de euros (R$ 99,22 milhões). Além disso, para os procuradores espanhóis, a indenização ao fundo DIS deveria ser de pelo menos 3,2 milhões de euros (R$ 12,70 milhões). O procurador ainda pede o julgamento da mãe de Neymar, de Sandro Rosell e também Odilio Rodrigues, o ex-presidente do Santos, do próprio clube brasileiro e até das empresas do pai de Neymar. Eles seriam julgados por "crime de fraude" e obtenção de fundos de forma imprópria. Tanto Neymar quanto seu pai poderiam ser julgados com bases nos artigos 286 bis e 288 do código penal espanhol. As leis estabelecem que, se condenados por corrupção privada, ambos poderiam servir uma pena de prisão de seis meses a dois anos. O jogador passa férias nos Estados Unidos com sua família. Ao justificar sua posição, o procurador pediu o indiciamento por causa do fato de Neymar, em 2011, ter assinado com o Barcelona, "alterando desta maneira o livre mercado de contratações de jogadores e prejudicando também ao fundo DIS, que se viu privado da possibilidade de que o jogador entrasse no mercado conforme as regras da livre concorrência e que pudesse obter a maior quantidade econômica com a transferência". No argumento contra o Barcelona, o ministério público acusa o clube de ter "simulado" contratos para pagar menos para a DIS. Um desses contratos supostamente fraudulentos também foi assinado pelo próprio Neymar, o que implica o jogador.  Para provar seu argumento, o procurador usa uma carta enviada ao fundo no dia 11 de dezembro de 2012 pelo Barcelona. Nela, o clube espanhol garante que "não estava em negociações nem assinado nenhum contrato ou pré-acordo com o Santos FC para a transferência do citado jogador". Naquele momento, porém, o Barcelona já havia antecipado 10 milhões de euros (R$ 39,69 milhões) para "reservar" o brasileiro para a equipe.

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