quarta-feira, 22 de junho de 2016

Bandido preso diz que a peronista populista Cristina Kirchner sabia da ligação de ex-ministro de seu governo com tráfico de drogas

O argentino Martín Lanatta, condenado pelo assassinato de três pessoas em 2008, afirmou nesta terça-feira (21) que a ex-presidente peronista populista Cristina Kirchner, ex-chefe de um governo muito incompetente e tremendamente corrupto, sabia que seu chefe de gabinete, Aníbal Fernández, estava envolvido no tráfico de efedrina (matéria-prima de drogas sintéticas). Lanatta é um dos autores do chamado Triplo Crime de General Rodríguez, junto com seu irmão, Cristian, e Victor Schillaci. Os três cumprem prisão perpétua pela morte de Sebastián Forza, Damián Ferron e Leopoldo Bina, membros de uma rede de tráfico de efedrina.

Oficialmente, a Justiça considera como mandante o traficante Ibar Pérez Corradi, preso no fim de semana em Foz do Iguaçu (PR). Porém, no ano passado Lanatta havia acusado Aníbal Fernandez de ser quem realmente ordenou o crime. A denúncia foi apresentada em um programa de TV no fim de julho, a uma semana das eleições primárias, e prejudicou o político, que aspirava ao governo da província de Buenos Aires. Fernández acabou perdendo a eleição para María Eugenia Vidal, aliada do atual presidente Mauricio Macri. Agora, além de reiterar sua denúncia contra o ex-chefe de gabinete, inclui a ex-presidente peronista populista. "Fernández foi o autor intelectual do crime (os assassinatos). Ele é o maior delinquente da província de Buenos Aires. E Cristina Kirchner está a par de tudo", afirmou, da prisão, por telefone, à rádio La Red. "Ninguém conhece Fernández. É um narcotraficante, é uma pessoa que manda matar", acrescentou. Segundo o condenado, o chefe de gabinete encomendou os assassinatos para tirar do tráfico os então comandantes do negócio de efedrina. Aníbal Fernández ainda não comentou sobre essa nova denúncia feita por Martín Lanatta. Na segunda-feira (20), quando questionado sobre a prisão de Corradi, ele negou envolvimento com o traficante e acusou o presidente Mauricio Macri de querer usar o caso para tirar o foco dos "desastres econômicos que estão fazendo na Argentina". Em dezembro, Martín Lanatta e os outros dois condenados pelo crime tentaram fugir da prisão de segurança máxima de General Alvear, onde estão presos. Eles ficaram foragidos por 15 dias, antes de serem recapturados na província de Santa Fe. Após dar entrevista a uma rádio local na segunda-feira (20), Aníbal Fernández viajou à Inglaterra representando a Confederação Argentina de Hóquei, da qual é presidente. A caminho de Londres, foi alvo de uma manifestação de passageiros dentro do avião. Cristina Kirchner não se pronunciou sobre o assunto. Sua popularidade está em queda no país devido a escândalos de corrupção que envolvem seu governo e o de seu marido, Néstor, morto em 2010. Na semana passada, seu secretário de obras, José López, foi preso com US$ 8,9 milhões (cerca de R$ 30 milhões) em espécie quando tentava esconder o dinheiro em um convento de freiras na Grande Buenos Aires. Cristina também é investigada sob a suspeita de enriquecimento ilícito, falsificação de documento público e má administração de recursos públicos.

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