terça-feira, 10 de maio de 2016

Polícia Federal identifica desvios de R$ 43 milhões no Mato Grosso do Sul, ex-governador do Estado é alvo da investigação


A Polícia Federal identificou desvio de R$ 43 milhões em recursos públicos em contratos de recuperação e pavimentação de rodovias em Mato Grosso do Sul. Na casa do ex-governador André Puccinelli (PMDB), foram apreendidos documentos. Segundo a força-tarefa, os contratos investigados e os desvios foram identificados na gestão do peemedebista (2007-14), quando Girotto foi seu secretário de Transportes. Quinze pessoas foram presas nesta terça-feira (10), entre elas Edson Girotto, ex-assessor especial do Ministério dos Transportes. As investigações e as prisões fazem parte da 2ª fase da Operação Lama Asfáltica, que combate um esquema de desvio de recursos, fraude em licitações e superfaturamento de contratos no governo de Mato Grosso do Sul. A operação foi deflagrada às 6h. Estão sendo cumpridos 67 mandados judiciais, sendo 28 de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 24 de sequestros de bens. A atual fase, denominada "Fazendas de Lama", entrou investigação de como funciona o esquema de lavagem de dinheiro. Segundo o delegado da Dercor (Delegacia de Combate ao Crime Organizado) Cleo Mazzotti, os integrantes da quadrilha utilizavam nome de familiares na compra de imóveis rurais, gado e empresas, para legalizar o dinheiro desviado. Em alguns casos, faziam empréstimos a pessoas jurídicas e físicas envolvidos no esquema e que não seriam pagos. O delegado da Receita Federal Flávio de Barros disse que, na declaração das empresas ao órgão, foram encontradas discrepâncias na movimentação financeira –recursos maiores do que o valor declarado. Segundo o chefe da Controladoria Geral da União em MS, José Paulo Julieti Barbieri, foram investigados contratos de recuperação e pavimentação de estradas orçados em R$ 2 bilhões, os mesmos identificados na primeira fase da Operação Lama Asfáltica, em julho do ano passado. Deste total, a força-tarefa formada pela PF, CGU e Receita Federal analisou R$ 195 milhões. Descobriu-se que houve desvio de R$ 43 milhões, segundo as investigações. O dinheiro era angariado por meio de superfaturamento de licitações, medição fraudulenta e na execução de obras precárias. Num dos contratos, dos R$ 5 milhões acordados para obra, R$ 4 milhões foram desviados. O esquema tinha participação de servidores da secretaria de Obras. Mazzotti disse ainda que foram bloqueados e apreendidos bens de 24 investigados até alcançar o montante de R$ 43 milhões desviados, entre fazendas, carros, contas bancárias e dois aviões. Além de Girotto, também foram presos nesta terça (10) a mulher do ex-assessor, o empresario João Amorim e familiares. Segundo a operação, foram apreendidos US$ 10 mil e "milhares de reais" nas casas de diversos investigados. Girotto foi assessor especial do ministro Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) até o ano passado. Deixou o cargo quando foi deflagrada a 1ª fase da Lama Asfáltica. Já Amorim ficou conhecido recentemente por emprestar seu jatinho a políticos, entre eles o próprio Puccinelli e o senador Delcídio do Amaral (PT). Os mandados desta terça foram cumpridos nas cidades de Campo Grande (MS), Rio Negro (MS), Curitiba (PR), Maringá (PR), Presidente Prudente (SP) e Tanabi (SP).

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