terça-feira, 3 de maio de 2016

Janot pede novos inquéritos contra o ministro petista Edinho Silva e Eduardo Cunha


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de mais um inquérito contra o ministro da Secretaria de Comunicação Social, o petista Edinho Silva, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff, e uma nova investigação contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os dois pedidos são baseados na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e se desdobram da Operação Lava Jato. Ambos já são investigados atualmente – Edinho é alvo de um inquérito com base na delação do empreiteiro propineiro Ricardo Pessoa, enquanto Eduardo Cunha responde a cinco procedimentos (duas denúncias e três inquéritos). 


Caso o ministro Teori Zavascki aceite a abertura dos novos inquéritos, será o segundo contra o petista Edinho Silva e o sexto contra Eduardo Cunha. No caso de Edinho, a nova investigação está relacionada ao relato de Delcídio de que o ministro o orientou a receber, via caixa dois, o pagamento de dívidas de campanha de R$ 1 milhão por meio de um laboratório farmacêutico, a EMS. Segundo o delator, porém, a operação não se concretizou porque as empresas credoras não aceitaram receber diretamente da EMS. Em relação a Eduardo Cunha, o novo inquérito se refere a uma possível influência que o peemedebista teve em uma diretoria de Furnas. Delcídio do Amaral disse acreditar "que ele tenha recebido vantagens indevidas" porque mantinha "comando absoluto da empresa". Segundo o senador, Furnas chegou a se associar a uma hidrelétrica ligada a Lúcio Bolonha Funaro, corretor de valores muito próximo a Eduardo Cunha. Além de Eduardo Cunha e Edinho Silva, Janot pediu abertura também de dois inquéritos contra Aécio Neves e um contra o deputado federal petista Marco Maia (PT-RS), e o ministro Vital do Rego, do Tribunal de Contas da União. No total, são até agora cinco investigações decorrentes da delação premiada do senador Delcídio do Amaral. Janot ainda pediu a investigação dos fatos relativos à propina da usina hidrelétrica de Belo Monte aos senadores do PMDB Renan Calheiros (AL), Romero Jucá (RR), Valdir Raupp (RO) e Jader Barbalho (PA). Nesse caso, porém, não foi aberto inquérito específico, mas foi feito o compartilhamento da delação de Delcídio do Amaral que relatou o caso nos inquéritos já existentes contra os senadores. 

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