quarta-feira, 4 de maio de 2016

Ex-petista Delcídio do Amaral pode ser cassado antes de votação sobre afastamento de Dilma


O senador Delcidio do Amaral (ex-PT-MS) corre o risco de ter seu mandato cassado por quebra de decoro parlamentar antes que o plenário do Senado decida sobre o afastamento temporário da presidente Dilma Rousseff. O processo, aprovado nesta terça (3) pelo Conselho de Ética da Casa, será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta quarta-feira (4). Se o colegiado referendar a decisão do conselho e aprovar o relatório que pede a cassação, o processo pode ser levado ao plenário da Casa ainda nesta semana. A presidente Dilma Rousseff tem pressionado o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), responsável por levar o caso à pauta do plenário, para que ele acelere o processo a fim de impedir que Delcídio do Amaral possa votar no afastamento da presidente, o que está previsto para acontecer em 11 de maio. Delcidio foi líder do governo Dilma em 2015 até ser preso em 25 de novembro. Logo após o episódio, dirigentes do PT condenaram as atitudes do senador que se sentiu abandonado pelo partido e pelo Planalto. Ele foi solto em 19 de fevereiro e, pelas regras do Senado, poderia ter retomado os trabalhos na Casa. O parlamentar, no entanto, tirou cinco licenças médicas e, até esta terç-feira, não havia retomado o exercício do mandato. Delcídio já disse a diversos veículos de imprensa que pretende votar a favor do impeachment da presidente, a quem apoiava até ser preso. É justamente isso que Dilma quer impedir. Se o Senado não votar o caso nesta quarta-feira, o processo pode ser pautado na quinta-feira (5) ou na próxima terça-feira (10). Os planos da petista, porém, podem ser prejudicados caso o relator do processo na Comissão de Constituição e Justiça, o senador de oposição Ricardo Ferraço (PSDB-ES), postergue a entrega de seu parecer. O Conselho de Ética da Casa aprovou nesta terça-feira o relatório pela perda definitiva do mandato do senador por ter se envolvido em tentativas de obstruir as investigações da Operação Lava Jato e pela suspeita de participar do esquema de corrupção da Petrobras. Delcídio já admitiu envolvimento no Petrolão do PT e fechou acordo de delação premiada, implicando 74 pessoas no esquema. 

Nenhum comentário: