sábado, 28 de maio de 2016

Em gravação, Sarney promete ajuda a Sergio Machado


Em mais um diálogo gravado pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, e entregue à Procuradoria-Geral da República, o ex-presidente José Sarney (PMDB) diz a Machado que poderia ajudá-lo a evitar que as investigações contra ele na Operação Lava Jato fossem remetidas à 13ª Vara Federal de Curitiba, onde despacha o juiz federal Sergio Moro. A delação premiada de Sérgio Machado foi homologada pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Teori Zavascki. O diálogo entre Sarney e Machado foi revelado na quarta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. "O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito procedente. Não deixar você voltar para lá (Curitiba)", afirmou o ex-presidente a Sérgio Machado. Assim como Sarney, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), tiveram conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, que as entregou à Procuradoria Geral da República. Flagrado tramando um "pacto" para "estancar a sangria" provocada pela Lava Jato, Jucá foi derrubado do Ministério do Planejamento após doze dias no cargo. Diante de relatos de Machado de que havia "insinuações", provavelmente do Ministério Público Federal, por uma delação premiada, José Sarney se mostrou preocupado com a possibilidade e disse a ele que "nós temos é que conseguir isso (o pleito de Machado). Sem meter advogado no meio". O ex-presidente ressaltou que "advogado não pode participar disso", "de jeito nenhum", porque "advogado é perigoso". "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada", indicou Sarney. Machado consultou o ex-presidente sobre um encontro que reunisse Sarney, Renan, seu padrinho político, e também Jucá: "O Romero também está aguardando, se o senhor achar conveniente". José Sarney, no entanto, disse não achar "conveniente, a gente não põe muita gente" e citou a máxima do ex-governador do Rio de Janeiro e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) de que "duas pessoas já é reunião. Três é comício". 

Nenhum comentário: