quinta-feira, 12 de maio de 2016

É possível ampliar a margem de segurança? Vejam como votaram os senadores

No PMDB, houve dois contrários e duas ausências; senador do partido de Marina também diz não

Por Reinaldo Azevedo - Vamos partir do princípio de que os 55 que votaram nestas quarta e quinta em favor da abertura do processo tendem a votar também pela condenação. Já são 55 votos — e bastam 54 para cassar o mandato da presidente. Será que essa margem pode ser ampliada? Vamos ver. Abaixo, vocês encontram o quadro sobre como votou cada senador. O governo conquistou apenas 22, assim distribuídos:
PT – 11
PCdoB – 1
PSB – 2
PTB – 2
Rede – 1
PMDB- 2
PDT – 1
PSD – 1
Sem partido 1
Houve ainda duas ausências, e o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), não votou.


É possível ampliar essa margem de segurança? Vamos ver. Obviamente, os defensores do impeachment não podem pensar em ganhar nada entre os 11 senadores do PT e uma do PCdoB. No PSB, os dois contrários são notórios militantes de esquerda, ainda que mais moderada: João Capiberibe (AP) e Lídice da Mata (BA). Também Telmário Motta (PDT-RR) fez um discurso radical contra o impedimento. Walter Pinheiro (BA), petista até outro dia e hoje sem partido, manteve a fidelidade ao governo nesse particular. Está prestes a assumir uma secretaria no governo baiano, comandado pelos seus ex-companheiros. Randolfe Rodrigues, ex-petista, segue fazendo o papelão da Rede, de dona Marina Silva. Há um grupo de 17 senadores, pois, que são fiéis a Dilma nesse caso e ponto final. Esqueçam qualquer negociação.
Entre os não esquerdistas, a presidente afastada conquistou 5 votos:
– Armando Monteiro (PTB-PE);
– Elmano Ferrer (PTB-PI);
– Otto Alencar (PSD-BA);
– Roberto Requião (PMDB-PR);
– João Alberto (PMDB-MA).
Alguém aí pode mudar de lado? Não há nenhuma razão de natureza ideológica que explique esses votos. Noto à margem que os três senadores da Bahia, estado sob a influência de Jaques Wagner e governado por um petista (Rui Costa), votaram com Dilma: Lídice da Mata (PSB), Otto Alencar (PSD) e Walter Pinheiro (sem partido). O PMDB teve ainda duas ausências: Eduardo Braga (AM), que foi ministro de Minas e Energia de Dilma, e Jàder Barbalho (PA), cujo filho chegou a ser apontado para um ministério no governo Temer, mas parece que isso não está exatamente acertado. Ou por outra: o partido do vice deixou de dar quatro votos em favor da admissibilidade do processo de impeachment: João Alberto e Roberto Requião, que foram contrários, e Jáder Barbalho e Eduardo Braga, que não compareceram.

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