sábado, 7 de maio de 2016

Aos 70 anos, o bandido petista mensaleiro José Dirceu se livra de nova acusação pela prescrição


Ao denunciar o empresário Ronan Maria Pinto, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, o operador do mensalão Marcos Valério e outros seis acusados de lavagem de dinheiro envolvendo metade do emblemático empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao PT por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do poderoso chefão e ex-presidente Lula, a força-tarefa da Lava Jato não incluiu o ex-ministro da Casa Civil, o bandido petista mensaleiro José Dirceu. Também não foram denunciados os dois controladores do Grupo Schahin e nem o próprio Bumlai. O motivo para o segundo homem mais poderoso do primeiro governo Lula não ser denunciado em um dos casos mais complicados para o PT na Lava Jato é apenas um: a idade. O ex-ministro, os irmãos Schahin e o pecuarista têm mais de 70 anos de idade. Assim, o crime de lavagem de dinheiro, que teria ocorrido em 2004 e seria atribuído a eles, já prescreveu. A prescrição ocorre quando se esgota o prazo que o Estado tem para punir. “Deixa-se de oferecer denúncia em face de José Dirceu, José Carlos Bumlai, Milton Schahin e Salim Schahin em razão da extinção da punibilidade pelo advento da prescrição da pretensão punitiva estatal, tendo em conta que os últimos atos de lavagem denunciados datam de 10 de novembro de 2004 e os investigados possuem mais de setenta anos, o que reduziu o prazo prescricional pela metade”, assinalam os procuradores em um anexo à denúncia encaminhada ao juiz Sérgio Moro. Nesta denúncia, o empresário Ronan Maria Pinto é acusado de receber os R$ 6 milhões do PT para, segundo os procuradores, comprar o jornal Diário do Grande ABC que vinha vinculando seu nome ao assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). O corpo de Celso Daniel foi encontrado crivado de balas em janeiro de 2002 em uma estrada de terra de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O Ministério Púbico Estadual sustenta que ele foi vítima de crime de mando porque decidira acabar com esquema de corrupção que abastecia seu partido. A denúncia contra Ronan Maria Pinto revela que em uma reunião no Banco Schahin – segundo relatos dos próprios executivos da instituição financeira – o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, teria afirmado que o empréstimo para José Carlos Bumlai, em nome do PT, estava avalizado pela Casa Civil, na época comandada por José Dirceu que, dias depois do encontro, telefonou para um dos executivos do banco. “Poucos dias depois da primeira reunião, Bumlai telefonou para Sandro Tordin (presidente do Banco Schahin) solicitando um novo encontro no mesmo lugar, ocorrendo outra reunião entre Sandro Tordin, Carlos Eduardo Schahin, Milton Schahin, Salim Schahin (em que também permaneceu por pouco tempo) e José Carlos Bumlai que, desta vez, veio acompanhado de Delúbio Soares, então tesoureiro do Partido dos Trabalhadores”, narra a denúncia. Ainda segundo os procuradores da Lava Jato ‘a presença de Delúbio Soares na reunião em que foi debatido o empréstimo’ foi mencionada nos depoimentos de Sandro Tordin, Salim Schahin, Bumlai e do próprio ex-tesoureiro do PT. “Nessa oportunidade, Delúbio Soares ressaltou a urgência do empréstimo, detalhando os termos do financiamento pretendido e confirmando o interesse do Partido dos Trabalhadores para que a operação fosse concluída com a maior brevidade possível. Como evidência adicional do endosso do Partido dos Trabalhadores, o ex-tesoureiro afirmou que a ‘Casa Civil’ procuraria um dos acionistas do Banco Schahin”, destacam os procuradores. “De fato, dias após a referida reunião, conforme havia sido avisado por Delúbio Soares, o então acionista do Banco Schahin, Salim Schahin, recebeu um telefonema de José Dirceu tratando de amenidades. Conforme o próprio Salim Schahin, não havia razão que explicasse o telefonema do ex-ministro da Casa Civil a não ser o interesse na agilização do empréstimo em favor do Partido dos Trabalhadores.” A Procuradoria sustenta que metade do ’empréstimo fraudulento’ de R$ 12 milhões tomado por Bumlai junto ao Schahin em outubro de 2004 foi mesmo destinado ao empresário Ronan Maria Pinto. “A operação tinha por objetivo ocultar e dissimular o pagamento da vantagem indevida em benefício de Ronan Maria Pinto que, segundo Marcos Valério (operador do Mensalão), extorquia representantes do Partido dos Trabalhadores por razões não conhecidas".

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