sexta-feira, 8 de abril de 2016

Temer prevê guerra jurídica para separar contas de campanha


Com a acusação de que a Andrade Gutierrez fez doações à campanha de Dilma Rousseff com dinheiro desviado da Petrobras, feita pelo ex-presidente da empreiteira Otávio Azevedo, aliados do vice-presidente Michel Temer (PMDB) afirmam que ele travará uma "guerra jurídica" para tentar separar suas contas eleitorais das da petista. A empreiteira contribuiu com as campanhas com dinheiro oriundo de esquemas de corrupção de obras superfaturadas da Petrobras e do sistema elétrico. Temer já havia decidido argumentar ao Tribunal Superior Eleitoral que PT e PMDB tinham comitês financeiros separados, mas agora, dizem pessoas próximas ao vice, levará essa tese até o Supremo Tribunal Federal, se for necessário. A avaliação é que a acusação da Andrade, num primeiro momento, pode fortalecer o impeachment, aumentando o constrangimento de deputados indecisos em declararem voto pró-Dilma. Se o afastamento não for aprovado, no entanto, peemedebistas afirmam que todas as atenções se voltarão para o TSE, para que a sigla julgue a legalidade das contas de campanha da petista. Nesse caso – sem o impeachment – uma condenação certamente contaminaria toda a chapa, cassando também o mandato de Temer. Por isso, a ordem entre os aliados do vice é intensificar todas as conversas em torno do impeachment, inclusive com partidos que hoje são assediados pelo Planalto para votarem contra o afastamento, como PP, PR e PSD. Há ainda uma ofensiva para unificar ao máximo o PMDB em torno do nome de Temer, tarefa que vem sendo executada pelo senador Romero Jucá, que assumiu a presidência da sigla. Nesse intuito, Jucá ofereceu um jantar na noite desta quarta-feira (6) à bancada de senadores de seu partido. Segundo pessoas que participaram do encontro, ele afirmou que a sigla não permitirá que filiados do PMDB continuem ocupando cargos no governo após o dia 12 de abril, considerado o prazo máximo de tolerância da legenda. Hoje, seis dos sete ministros que o PMDB tinha na Esplanada ainda continuam no cargo. 

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