quinta-feira, 28 de abril de 2016

Oposição mineira entra com recursos contra nomeação da mulher do petista Fernando Pimentel


Parlamentares de oposição ao governo do petista Fernando Pimentel (PT) entraram com dois recursos para barrar a nomeação da primeira dama Carolina Pereira Oliveira Pimentel ao comando da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais. Com a indicação, a mulher do petista Pimentel, que é investigada na Operação Acrônimo (assim como ele), ganha foro privilegiado, fazendo com que eventuais processos contra ela sejam julgados pela segunda instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais - e não mais pelo Superior Tribunal de Justiça. A oposição argumenta que o governador petista tem muito mais influência no Tribunal de Justiça do que no STJ, que já tomou decisões desfavoráveis contra ele na operação. O líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Gustavo Valadares (PSDB), protocolou nesta quinta-feira na Casa um projeto de resolução para sustar os efeitos do ato do petista Fernando Pimentel publicado hoje no Diário Oficial. O deputado comparou a nomeação de Carolina à do poderoso chefão e ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil, cuja posse ainda está suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal. "É similar ao que Dilma fez com Lula, quando o chamou para integrar um ministério. Há indícios de que Fernando Pimentel quis dar maior segurança à mulher. Temos notícias de que o caldo engrossou para ela na Operação Acrônimo", disse o parlamentar. Para valer, o pedido precisa ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e passar pelo plenário da Casa, onde Fernando Pimentel tem maioria. Prevendo dificuldades no trâmite do requerimento, o deputado avisou que vai entrar, nesta sexta-feira, com uma ação na Justiça, com pedido de liminar, para impedir a posse da primeira-dama. Segundo Valadares, o agora ex-secretário André Quintão, que será substituído por Carolina, era um dos melhores quadros da gestão de Fernando Pimentel, dada a sua experiência na área como sociólogo e deputado de quatro mandatos. "Não faz sentido ele tirar este secretário, que tem toda uma trajetória, para colocar alguém que não tem nenhuma formação na área". A primeira dama é formada em jornalismo e atualmente é presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) do Estado de Minas Gerais. Em nota o governo reitera que a nomeação de Carolina já era planejada e "aguardava apenas o retorno da primeira dama da licença maternidade". A nomeação de Carolina Pereira Oliveira Pimentel ocorre enquanto se aguarda a homologação do acordo de delação premiada da empresária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper, que forneceu detalhes do esquema de corrupção apurado na Operação Acrônimo. Carolina é suspeita de ser uma sócia informal da Pepper.

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