Parlamentares de oposição ao governo do petista Fernando Pimentel (PT) entraram com dois recursos para barrar a nomeação da primeira dama Carolina Pereira Oliveira Pimentel ao comando da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Estado de Minas Gerais. Com a indicação, a mulher do petista Pimentel, que é investigada na Operação Acrônimo (assim como ele), ganha foro privilegiado, fazendo com que eventuais processos contra ela sejam julgados pela segunda instância do Tribunal de Justiça de Minas Gerais - e não mais pelo Superior Tribunal de Justiça. A oposição argumenta que o governador petista tem muito mais influência no Tribunal de Justiça do que no STJ, que já tomou decisões desfavoráveis contra ele na operação. O líder da oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Gustavo Valadares (PSDB), protocolou nesta quinta-feira na Casa um projeto de resolução para sustar os efeitos do ato do petista Fernando Pimentel publicado hoje no Diário Oficial. O deputado comparou a nomeação de Carolina à do poderoso chefão e ex-presidente Lula para a chefia da Casa Civil, cuja posse ainda está suspensa por decisão do Supremo Tribunal Federal. "É similar ao que Dilma fez com Lula, quando o chamou para integrar um ministério. Há indícios de que Fernando Pimentel quis dar maior segurança à mulher. Temos notícias de que o caldo engrossou para ela na Operação Acrônimo", disse o parlamentar. Para valer, o pedido precisa ser aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e passar pelo plenário da Casa, onde Fernando Pimentel tem maioria. Prevendo dificuldades no trâmite do requerimento, o deputado avisou que vai entrar, nesta sexta-feira, com uma ação na Justiça, com pedido de liminar, para impedir a posse da primeira-dama. Segundo Valadares, o agora ex-secretário André Quintão, que será substituído por Carolina, era um dos melhores quadros da gestão de Fernando Pimentel, dada a sua experiência na área como sociólogo e deputado de quatro mandatos. "Não faz sentido ele tirar este secretário, que tem toda uma trajetória, para colocar alguém que não tem nenhuma formação na área". A primeira dama é formada em jornalismo e atualmente é presidente do Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) do Estado de Minas Gerais. Em nota o governo reitera que a nomeação de Carolina já era planejada e "aguardava apenas o retorno da primeira dama da licença maternidade". A nomeação de Carolina Pereira Oliveira Pimentel ocorre enquanto se aguarda a homologação do acordo de delação premiada da empresária Danielle Fonteles, dona da agência Pepper, que forneceu detalhes do esquema de corrupção apurado na Operação Acrônimo. Carolina é suspeita de ser uma sócia informal da Pepper.
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