quarta-feira, 27 de abril de 2016

Oposição inicia coleta de assinaturas para referendo contra o ditador bolivariano Nicolás Maduro

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela liberou nesta terça-feira (26) os formulários para que a oposição possa coletar as assinaturas necessárias para o referendo de revogação do mandato do presidente Nicolás Maduro. As planilhas serão usadas na primeira etapa, em que a coalizão Mesa de Unidade Democrática (MUD) deve obter as firmas de 1% do eleitorado, distribuído proporcionalmente entre os 23 Estados e a capital Caracas.

Isso significa, segundo o órgão eleitoral, o apoio de 195.721 eleitores. Os adversários de Maduro terão até 30 dias para conseguir todas as assinaturas necessárias. Se o órgão eleitoral admitir essa primeira etapa, a oposição terá que obter as firmas de 20% do eleitorado, ou 3.914.428 pessoas, conforme determinado pela Constituição venezuelana. Apenas após a aprovação desta segunda etapa é que o Conselho Nacional Eleitoral marcaria o referendo revogatório. Considerando todos os passos, a votação só aconteceria no segundo semestre. Logo após o anúncio, membros da Mesa de Unidade Democrática foram ao órgão eleitoral, em Caracas, para buscar os formulários. A ida dos líderes da coalizão foi acompanhada pela Guarda Nacional Bolivariana, devido a protestos de chavistas. Na semana passada, quando a oposição apresentou os documentos para o referendo, um opositor foi agredido por um manifestante. Os adversários de Maduro começaram a assinar os formulários logo depois da entrega. O presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, interrompeu a ordem do dia para mostrar a planilha aos parlamentares. Houve festa da oposição e gritos a favor da revogação do mandato de Maduro. Na própria mesa diretora, Ramos Allup e o primeiro vice-presidente da Casa, Enrique Márquez, firmaram a planilha. Não havia deputados chavistas no momento da chegada dos formulários. Eles haviam se retirado do plenário horas antes, na votação de uma moção de repúdio ao Tribunal Supremo de Justiça por impedir a redução do mandato de seis anos de Maduro. Com a rejeição do Judiciário em abreviar o tempo do presidente no cargo, que vai até 2019, o referendo tornou-se a principal carta da oposição para tentar retirar Nicolás Maduro até o fim do ano. Desde que venceram a eleição parlamentar de dezembro, a coalizão avançou com seus planos para reduzir o mandato do chavista. Um dos líderes da coalizão, o deputado Julio Borges disse que a MUD pressionará para que o referendo aconteça em 2016. "É a esperança racional e sensata da Venezuela que deseja a paz é que, pelo voto, possamos ter um governo de unidade nacional". Nesta terça, o vice-presidente Aristóbulo Istúriz decretou feriado às quartas e às quintas para o funcionalismo público devido à crise energética no país sul-americano. Há três semanas servidores já não trabalhavam às sextas. Segundo Istúriz, só serviços essenciais funcionarão nos três dias e no fim de semana. País com as maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela enfrenta a maior crise energética em dez anos devido ao nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas. Mesmo com as reservas de petróleo, o país não tem usinas termelétricas suficientes para gerar a energia faltante.

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