sábado, 2 de abril de 2016

Incêndio criminoso destrói escritório de Meire Pozza, a ex-contadora do doleiro Youssef



Um incêndio criminoso na noite de quinta-feira atingiu o escritório de Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Peça central no quebra-cabeça da Operação Lava Jato, Meire foi responsável por detalhar a contabilidade paralela do principal operador do megaesquema de corrupção instalado na Petrobras. Ela sofreu pressões ao longo das investigações e tentativas claras de intimidação de empreiteiros investigados na Lava Jato. A contadora disse acreditar que o incêndio pode ter sido "vingança" por ela ter apresentado documentos cabais contra corruptos e corruptores que atuaram no escândalo do Petrolão do PT. Em junho de 2014, por exemplo, Meire Pozza entregou o contrato de mútuo (tipo de empréstimo) com os detalhes do repasse de cerca de 6 milhões de reais ao empresário Ronan Maria Pinto. Pinto foi preso nesta sexta-feira na 27ª fase da Operação Lava Jato. "É possível que tenha sido vingança", disse ela. O publicitário e operador do Mensalão o PT, Marcos Valério, revelou em depoimento à Procuradoria-Geral da República que Ronan Maria Pinto, um empresário ligado ao antigo prefeito, estava chantageando o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para não envolver seu nome e o do poderoso chefão e ex-presidente Lula na morte do ex-prefeito de Santo André (SP), o petista corrupto Celso Daniel, em 2002. Segundo os investigadores da Operação Lava Jato, pelo menos metade do empréstimo fictício contraído junto ao Banco Schahin acabou desaguando nos bolsos de Ronan. Para a viabilização do esquema de pagamentos do empréstimo forjado ao PT, o dinheiro saiu de José Carlos Bumlai para o Frigorifico Bertin, que, por sua vez, repassou cerca de 6 milhões de reais a um empresário do Rio de Janeiro. Na sequência, ele fez transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto. Outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores, como o jornal Diário do Grande ABC, também foram usadas para camuflar a transação.

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