sexta-feira, 8 de abril de 2016

Evair anuncia voto do PV pró-impeachment e Chinaglia ataca relatório do impeachment

O deputado federal Evair de Melo (PV-ES), no começo da sessão da Comissão Especial do Impeachment, nesta sexta-feira, disse que a presidente Dilma Rousseff “não tem mostrado carinho, compromisso, e nenhuma felicidade” em estar no cargo. Ele criticou a nomeação, como ministro, do poderoso chefão e ex-presidente Lula. “A presidente terceirizou o governo e se escondeu na sombra do ex-presidente”. O deputado foi o primeiro a discutir o relatório da comissão de impeachment que pede a abertura de processo para afastar a presidente da República. Ele disse que a bancada de deputados e senadores do Partido Verde será favorável ao impeachment. “Diante dos fatos, com comprovada participação e omissão da presidente, o partido reconhece o final dessa desastrosa gestão, com o compromisso de manutenção dos avanços sociais conquistados”, disse. Evair de Melo lembrou ainda que, a renúncia do Papa Bento XVI, Joseph Ratzinger, permitiu a ascensão do Papa Francisco. Já o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) acusou o processo do impeachment de ilegítimo. “É um processo que vem de trás para frente. A bandeira do impeachment começou sem nenhum fato determinado, era uma bandeira no ar. Começou quando o advogado de Aécio Neves protocolou auditoria sobre as eleições de 2014, fato que levou o corregedor a alertar que tiveram toda a oportunidade de fazê-lo durante o processo eleitoral, mas não o fizeram”, disse. Chinaglia atacou ainda os dois pontos usados pelo relator, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), para pedir a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff: os decretos de abertura de crédito suplementar e as chamadas “pedaladas fiscais”, em que o governo atrasou o repasse para bancos públicos, que pagaram benefícios do Plano Safra com recursos próprios. Isso foi considerado empréstimo ilegal pelo Tribunal de Contas da União. Chinaglia afirmou que esses atos são uma prática comum, que ocorre “desde sempre”. Afirmou ainda que os dois fatos não cumprem os requisitos necessários para o impeachment, que seriam um ato doloso da presidente. “Não é ato da presidente”, disse. Afirmou ainda que o Tribunal de Contas da União reviu a sua posição para punir a presidente por atos que até então não chamaram a atenção do tribunal. “No Brasil, se depender do Tribunal de Contas da União, do seu procurador, nem o passado é seguro”, comentou, em referência a uma frase do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan. O deputado petista também disse que o impeachment terá consequências negativas. “Se vier a ter vitória esse processo de impeachment, se traduzindo numa fraude da constituição, tudo indica que é para aplicar um programa de ajuste onde, mais uma vez, os pobres serão penalizados”, afirmou. A reunião está sendo realizada no plenário 1.

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