sexta-feira, 8 de abril de 2016

Eduardo Cunha manobra contra decisão de ministro sobre impeachment de Temer


O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acertou com aliados uma linha de ação para, na prática, não cumprir a ordem judicial de instalação de uma comissão para analisar o pedido de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB). A decisão da Justiça é do ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello. A linha de ação de Cunha é divida em duas frentes: de um lado, os partidos próximos a ele e os de oposição não pretendem indicar os integrantes para a comissão, que tem 65 cadeiras preenchidas na proporção do tamanho das bancadas partidárias. Até esta quinta-feira (7), apenas PT, PCdoB, Rede, PSOL, PEN e PTdoB indicaram deputados – 13 ao todo. A comissão só pode ser instalada e começar a trabalhar caso haja indicação de pelo menos metade de seus integrantes (33). O líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), por exemplo, disse não ter indicado nomes porque nenhum dos deputados do partido manifestou interesse em participar da comissão. Diferentemente do que ocorreu na comissão de impeachment de Dilma, Cunha não estabeleceu prazo para que os partidos façam a indicação. Segundo ele, no caso de Dilma o prazo foi fruto de um acordo com todos os partidos. "Não é uma forma de descumprir a decisão de Marco Aurélio, não posso criar uma comissão sem indicação dos líderes", disse Cunha. O PT encaminhou um questionamento sobre a ausência de prazo, no caso da comissão de Temer, ao plenário da Câmara. Cunha afirmou que irá respondê-lo no tempo adequado. A intenção de Cunha e aliados é derrubar a decisão de Marco Aurélio antes que haja número suficiente de indicações para que a comissão comece a trabalhar. 

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