sábado, 19 de março de 2016

Petrobras estuda abrir mão de controle da BR Distribuidora


A Petrobras considera vender o controle da sua subsidiária de combustíveis BR Distribuidora, depois de não conseguir garantir lances por uma participação minoritária na companhia, afirmaram nesta sexta-feira (18) duas fontes com conhecimento direto dos planos. Uma mudança na estratégia passou a ser analisada depois que três dos quatro concorrentes que entregaram propostas preliminares para a participação na BR Distribuidora pediram por direitos de gestão ou uma fatia maior do capital votante na unidade. Cerca de 30 empresas haviam inicialmente demonstrado interesse no negócio. Nenhuma das propostas inclui um preço pela unidade. A BR Distribuidora, que controla a maior rede de postos de combustíveis do País, foi avaliada no ano passado em cerca de US$ 10 bilhões por analistas do UBS Securities. O montante representa boa parte da meta de desinvestimento da companhia para este ano, de mais de US$ 14 bilhões, parte de um plano para reduzir a dívida da empresa, que tem sido fortemente afetada pela queda dos preços do petróleo e por investigações de corrupção pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Preocupações sobre os padrões de governança corporativa da Petrobras, evidenciadas pelas investigações, têm deixado os interessados cautelosos quanto à compra de fatias minoritárias em ativos da companhia colocados à venda, disseram profissionais de bancos de investimentos. Em novembro, a Petrobras desistiu de uma oferta pública de ações da BR Distribuidora, citando condições desafiadoras do mercado. Os quatro interessados na subsidiária incluem a canadense Brookfield Asset Management e as empresas de private equity GP Investiments e Advent International. Apenas um proponente manifestou interesse em uma fatia minoritária da BR. A venda de uma fatia majoritária ajudaria a Petrobras a atrair mais interessados, aumentando o valor da subsidiária por meio de um processo mais competitivo, além de evitar outra tentativa frustrada de venda. O Conselho de Administração da Petrobras e seus advogados estão analisando o assunto, uma vez que uma eventual venda do controle da empresa poderia ser vista como uma privatização. Cerca de US$ 5 bilhões em vendas de ativos até o final do ano devem ser o suficiente para que a Petrobras arque com as necessidades de investimento e pagamento de dívidas que vencem neste ano, uma vez que o empréstimo de até US$ 10 bilhões obtido pela companhia na China ajudou a reduzir a necessidade de recursos. Algumas das empresas que inicialmente mostraram interesse na BR Distribuidora incluem o Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, e Ultrapar Participações, um dos maiores e mais diversificados grupos industriais do País. Representantes do Citigroup, consultor da Petrobras no negócio, disseram aos interessados que a fatia a ser vendida envolveria entre 25% e 40%.

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