quarta-feira, 16 de março de 2016

Milhares tomam a avenida Paulista em protesto contra o governo e nomeação de Lula

Com as informações sobre a nomeação do poderoso chefão Lula para a vaga de ministro da Casa Civil, milhares de brasileiros tomaram as ruas para protestar. Manifestações contra o governo Dilma foram registradas em ao menos 16 capitais do País na noite deesta quarta-feira (16). O número cresceu no decorrer do dia, sobretudo depois que o juiz federal Sergio Moro, que comanda a operação Lava Jato, divulgou uma conversa telefônica entre Lula e a presidente Dilma Rousseff, na qual ela diz que encaminhava a ele o "termo de posse" de ministro. Ou seja, com isso ela estava estendendo ao poderoso chefão o instrumento para obstruir a ação da Justiça Federal. Em São Paulo, na Avenida Paulista, reuniram-se em protesto mais de 20 mil pessoas que interditaram o trânsito na Avenida Paulista. Munidos de apitos, bandeiras e cartazes que pedem a prisão do petista, eles gritavam contra o poderoso chefão Lula e contra a presidente Dilma. Um dos cartazes trazia a frase "Pobre vai para a cadeia, rico vira ministro", dita pelo próprio ex-presidente em 1988, antes da eleição vencida por Fernando Collor de Mello. Parte dos transeuntes que passavam pela avenida se juntaram ao protesto; quem estava distante, colaborava com a manifestação por meio de panelaços. 


A Polícia Militar, que tem uma base em frente ao Masp, não interveio até que o conflito estivesse separado. Segundo o tenente Altamare, o incidente foi rápido e os policias demoraram a ver o que estava acontecendo por causa da manifestação. Os manifestantes invocavam o nome do juiz Sérgio Moro e entoavam gritos como "ei, PT, golpista é você" e "o povo paulista jamais será petista". A sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) que fica próxima ao Masp, acendeu luzes verde e amarela e a mensagem "Renúncia Já" em sua fachada. O prédio virou o fundo preferido para os selfies de protesto. Regiões como Pinheiros, rua Frei Caneca e Vila Gumercindo foram tomadas pelos panelaços. Até depois de 21h, muitas pessoas tomavam o metrô e continuam a seguir para a avenida Paulista. A aposentada Eumira Rodrigues, de 82 anos, saiu de Santana para protestar pelo impeachment. "Vim porque eu quero um Brasil melhor para os meus 14 netos", disse.

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