segunda-feira, 21 de março de 2016

Grupo que controlou transporte do Distrito Federal por 40 anos tem falência decretada


A Justiça do Distrito Federal decretou a falência do grupo Amaral, que durante quase 40 anos explorou o serviço de transporte público na capital. A Vara de Falências tomou a decisão por entender que estava confirmado o “estado de insolvência das empresas”. Herdeiro do grupo, Valmir Amaral disse considerar a situação “lamentável” e colocou a culpa no governo do Distrito Federal, que interveio em empresas da família em 2013. Credores do grupo devem apresentar documentos justificando a dívida das empresas. Os estabelecimentos comerciais terão de ser lacrados, com todos os bens discriminados. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias e veículos do Grupo Amaral. Pela decisão, as empresas Santo Antônio Transporte e Turismo Ltda, Rápido Girassol Transportes Ltda, Expresso Rota Federal Transportes Ltda, Santo Antônio de Veículos Ltda, Rápido Santo Antônio Ltda, Jat Aerotaxi Ltda, Viação Valmir Amaral Ltda são consideradas falidas. Segundo a Justiça, essas empresas fizeram “pedido de autofalência” alegando que têm “responsabilidade solidária quanto às dívidas da falida Rápido Brasília Transportes e Turismo Ltda”. O Ministério Público já havia pedido que as empresas sejam consideradas falidas, informou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal. “Quando você tem um grupo, se uma falir, ela leva as outras à falência. O problema é que não posso consertar isso porque ela ficou sob intervenção do Governo do Distrito Federal", disse o empresário Valmir Amaral. “É uma situação lamentável para um grupo que tinha 5 mil colegas de trabalho. Os próprios funcionários ficaram decepcionados com essa situação. Encontram comigo e choram”, disse Amaral: “Meu pai, minha mãe e eu lutamos 50 anos para chegar onde a gente chegou". Em fevereiro de 2013, o Governo do Distrito Federal assumiu três empresas de transporte coletivo do grupo, por um gasto de aproximadamente R$ 55 milhões, após falhas na prestação do serviço. À época, o presidente da Sociedade de Transportes Coletivos (TCB), Carlos Alberto Koch, disse que o faturamento da empresa foi de cerca de R$ 20 milhões no período, o que significa que R$ 35 milhões foram bancados pelo Governo do Distrito Federal. "Com o grupo Amaral, o governo gastou mais ou menos até R$ 55 milhões, e do caixa de faturamento R$ 20 milhões e pouco", disse Koch. Valmir Amaral tem classificado a intervenção como "ato injusto, arbitrário e ilegal”. “Eles acabaram com a empresa, destruíram, acabaram com tudo, tudo roubado, pneu, motor, ônibus, almoxarifado, tudo. Não tem mais o que devolver para mim. Dos 402 ônibus, foi tudo roubado”, afirmou Amaral. 

Nenhum comentário: