domingo, 20 de março de 2016

Fogaça anuncia decisão de votar pelo impeachment de Dilma Roussef; pressão popular produz resultado, sim

A nota que o ex-prefeito, ex-senador e atual deputado federal José Fogaça distribuiu para os jornalistas, deixa bem claro que ele votará pelo impeachment de Dilma Roussef. O voto de Fogaça era aguardado com ansiedade pelos seus eleitores e pelo PMDB do Rio Grande do Sul, porque todo o restante da bancada federal já tinha tomado esta decisão. "O Brasil está sem governo e pouco governo que existe não tem governabilidade", disse o atual deputado do PMDB. José Fogaça convalesce em casa de delicada cirurgia que fez para implantação de pontes de safena e mamária, em hospital do Complexo da Santa Casa, em Porto Alegre. Ele avisou que não faltará à votação no plenário, quando a Comissão Especial concluir seu relatório.  Leia a nota: "UMA HISTÓRIA. UMA DECISÃO - Era 30 de dezembro de 1992. Ergui-me do assento no Senado Federal e declarei ao microfone meu voto pelo impeachment de Fernando Collor. Um voto firme e convicto, que procurei dar com critério e sobriedade. O Brasil tomava naquele momento um novo caminho. Não posso deixar de revelar, no entanto, que vivi, naquele instante, um misto doloroso de esperança e temor em relação a nosso País. Impeachment é saída rigorosamente institucional. Impeachment é lei. Impeachment é Constituição. Só não pode acontecer a cada passo, repetidas vezes, na vida de uma mesma geração. Um impeachment a cada esquina da história de um povo pode ser, na verdade, sintoma de graves enfermidades políticas e sociais. Por isso, naquele dia, quando, após o voto, voltei a sentar em minha cadeira no Senado, desejei profundamente que o Brasil nunca mais passasse por isso. Narro o episódio apenas para dar idéia de o quanto um processo de impeachment, a meu ver, exige uma postura de avaliação rigorosamente metódica, séria e responsável. Isso é o que os meus eleitores sempre tiveram em meus votos na Câmara e no Senado em meus 38 anos de vida pública. E esse é, com afinco e consciência, meu comportamento nesses últimos meses. Os fatos desta semana, enfim, fizeram emergir as razões de conteúdo jurídico e político que apontam para a decisão que efetivamente tomei: a de votar sim pelo impeachment. O Brasil está sem governo e o pouco governo que existe não tem governabilidade. Quem mais precisa de governabilidade política e de uma economia reestabilizada e reorganizada é, acima de tudo, a população de menor renda, a menos protegida contra as crises. Não podemos mais submeter os brasileiros à agonia e à incerteza". Fogaça está se fazendo de ingênuo, como se fosse possível, convivendo com a política há 38 anos, ele não saber de que forma os partidos e os políticos se comportam. Se não soubesse, teria de ser chamado do mais fabuloso crédulo na história do País. E isso nenhum político é, nunca. O discurso dele soa irreal, mas o que importa é que o bafo na nuca do povo na rua já funcionou com ele, já começou a funcionar com toda a classe política brasileira. Fogaça precisa aprender uma lição: o impeachment deverá ser invocado tantas vezes quantas forem necessárias para que os políticos aprendam a exercer a sua atividade com honradez, sem roubalheira. 

Nenhum comentário: