sexta-feira, 11 de março de 2016

Delcídio revela desvios de Belo Monte para PT e PMDB, diz revista


Reportagem publicada pela revista "Istoé" afirma que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) delatou um esquema de desvios de R$ 45 milhões da usina de Belo Monte para irrigar as campanhas eleitorais do PT e do PMDB em 2010 e 2014. Nas duas disputas, ambos os partidos estavam coligados na campanha de Dilma Rousseff. As informações foram publicadas no site da revista na noite desta sexta-feira (11). Delcídio ficou preso entre novembro e fevereiro em decorrência das investigações da Operação Lava Jato. Solto, ele negocia acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. De acordo com a revista, Delcídio contou que o esquema na usina foi montado pelos ex-ministros Erenice Guerra, Antônio Palocci e Silas Rondeau, grupo classificado pelo petista de "triunvirato". Os dois primeiros tiveram papel "fundamental", teria dito o senador às autoridades. A operação de desvios em Belo Monte teria começado em 2010, ocasião de escolha do consórcio das obras da usina, e continuou, relata a "Istoé", até o início de 2015. O desvio de dinheiro, de acordo com o senador, veio de obras e compras de equipamentos, por meio de superfaturamentos. Segundo informação atribuída a Delcídio, o esquema começou três dias antes do leilão que decidiu qual consórcio comandaria as obras. Empresas que não participaram da disputa viraram sócias do projeto como prestadoras de serviço. O petista disse que as propinas aumentavam no período eleitoral. O senador, segundo a reportagem, ainda mencionou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva. Segundo a revista, Delcídio afirmou ter recebido uma proposta do ministro para quitar uma dívida de R$ 1 milhão de sua campanha eleitoral de 2014, quando disputou o governo do Mato Grosso do Sul. O ministro, de acordo com Delcídio, sugeriu "esquentar" dinheiro do laboratório EMS por meio de Zilmar Fernandes, ex-sócia de Duda Mendonça, e da FSB Comunicações – entretanto, os pagamentos não foram feitos, mas a EMS pagou imposto sobre as transações, disse o petista, de acordo com a revista. O dono da EMS é aquele que acaba de comprar as operações do Grupo RBS em Santa Catarina. 

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