segunda-feira, 7 de março de 2016

A sexta-feira de Lula: de manhã na Polícia Federal, à noite no palanque


Mortadeleiros do Partido dos Trabalhadores realizam na sexta-feira uma manifestação na sede do Sindicato dos Bancários, no Centro de São Paulo, em defesa de Lula, alvo principal da 24ª fase da Operação Lava Jato. O ato de desagravo transformou-se em palanque para o petista. O discurso tem o tom da pregação para convertidos. Na primeira parte da fala, o ex-presidente fez referências a seu passado de pobreza, ao fato de ter sido um metalúrgico eleito presidente - elementos onipresentes em suas manifestações públicas -, mas, sobre o tema do dia, seu depoimento à Polícia Federal, nenhuma palavra. O próprio Lula admitiu a tergiversação: "Até agora, eu só divaguei". A plateia riu. Lula ainda atribuiu as graves acusações que pesam contra ele e sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, ao preconceito. Contra ele, na versão de Lula, pesa o preconceito "das elites". Já contra a Dilma, o machismo. "Eu tenho orgulho, porque sou um metalúrgico, visto como machista a vida inteira, e tive a primazia, com a ajuda de vocês, de eleger pela primeira vez uma mulher presidente da República", afirmou. Estiveram presentes ao ato quadros petistas como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, o ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social), Rui Falcão e o senador Humberto Costa, além do ex-ministro Orlando Silva (PCdoB). Os mortadeleiros se dirigiram à sede do sindicato pouco depois do término da coletiva de imprensa do ex-presidente, em que Lula fez duros ataques ao juiz federal Sergio Moro e conclamou a militância a sair às ruas. 

Nenhum comentário: