sábado, 12 de março de 2016

A esquerda e a jararaca

Por Luis Milman
A imprensa esquerdista continua a recitar o mantra do golpe contra o governo petista, golpe este que seria conduzido por uma mídia mais do que conservadora, fascista mesmo, e por um judiciário apaniguado com poderosos. Tudo para destruir os avanços conquistados pelo lulopetismo, que não é imune, dizem eles, a algumas críticas, mas que representa a vitória de aspirações legítimas do povo, mais especificamente, das classes desfavorecidas, em detrimento de privilégios dos ricos. Pode haver algo mais imbecil que esta catilinária? Os esquerdistas, mesmo um de ocasião como Mino Carta, que tornou-se porta voz remunerado do petismo, avaliam que o país foi colocado à deriva pelo que eles chamam de um complô reacionário. Mas reação de quem e contra quem? O petismo, encastelado na corte há 14 anos, distribuiu inigualáveis lucros ao setor bancário, apostou no endividamento da classe média baixa para estimular o consumo desbragado de bens supérfluos, não investiu jamais em infraestrutura, associou-se aos oligarcas mais conhecidos em nome da governabilidade, pulverizou, por inépcia a gestão das estatais e atolou-se na mais desavergonhada corrupção, enovelando-se com o interesse criminoso do cartel das megaempreiteras. O PT, um partido fundacionalmente marxista-populista, ele, sim, em seu período de governo, não só reproduziu os piores padrões oligárquicos e patrimonialistas que conhecemos de nossa história, como o clientelismo, como os radicalizou, introduzido neles o componente das práticas obtusas das elites sindicalistas, das quais são representantes maiores, além de Lula. os Delúbios,os Olívios e os Vacaris da vida. Quem são, ora bolas, os reacionários, senão estes marxistas de um marxismo sepulto, como Tarso Genro, cujos níveis de incompetência só são superados por seus patamares de corrupção? Não há sinal, no ambiente de esquerda brasileira, de vida inteligente. Nele, todos abriram mão da consciência e tornaram-se reféns do populismo mais pedestre, o lulismo, do qual Dilma e seu governo primitivo é o subproduto agonizante. As acusações que partem desta mentalidade contra alegados complôs da direita, envolvendo a mídia e o judiciário são ou paranóides ou idiotas. Expressam os últimos movimentos de uma jararaca antes espertalhona, hoje ferida de morte, que atiça o rabo combalido para dar a impressão que ainda causa medo em alguém.

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