sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Trump e Cruz se enfrentam na Carolina do Sul na terceira prévia republicana


Os republicanos mostram um enorme desejo de expulsar os democratas da Casa Branca, após sete anos de uma desastrada gestão do muçulmano Barack Obama. E esse sentimento está movendo os eleitores que irão neste sábado para a escolha na prévia do Partido Republicano na Carolina do Sul. Esses eleitores estão cansados da repetição de discursos e dizem, com todas as letras: "Cansei de apoiar candidatos que repetem velhos discursos e não apontam uma direção clara para o país. Precisamos de uma eleição de extremos, para a América voltar a ser o que era".


Elizabeth Kilmarton, uma dessas eleitoras iradas, não está sozinha entre os eleitores da Carolina do Sul, tradicional bastião do conservadorismo. Na Carolina do Sul, conforme as pesquisas de opinião pública, aparece em primeiro lugar nas preferência o magnata Donald Trump, seguido de Ted Cruz, senador pelo Texas. Trump se concentra nas promessas para conter a imigração e reforçar a segurança doméstica, como a construção de um muro na fronteira com o México, a deportação de todos os 11 milhões de estrangeiros e o veto à entrada de muçulmanos no país. Para observadores políticos da Carolina do Sul, as pesquisas mostram que o Estado reforça uma tendência favorável a Trump: quanto mais é atacado, especialmente pela imprensa americana, em grande parte esquerdista, mais ele ganha simpatizantes, em uma campanha pautada pela insatisfação contra o poder estabelecido e pelo sucesso dos "outsiders", políticos desvinculados da cúpula do partido. Até a crítica do papa Francisco, um notório esquerdista, ajuda Trump, afirmou o jornal "The Times and Democrat", um dos mais antigos da Carolina do Sul, com 135 anos. "Mesmo quem desaprova o comportamento e a língua de Trump estão balançados com sua total rejeição da conduta política convencional. As críticas só endurecem os corações dos simpatizantes de Trump", disse o jornal, em um editorial publicado nesta quinta-feira (19). Enquanto isso, Ted Cruz apela à intransigente defesa dos "valores cristãos" para conquistar os corações dos republicanos do Estado, onde 6 em cada 10 pessoas se declaram evangélicos. Sua campanha tem buscado desqualificar os principais rivais, descrevendo-os como falsos conservadores. A principal arma é revelar inconsistências ideológicas no passado, como uma antiga entrevista de Trump em que o magnata se declara a favor do direito ao aborto, um sacrilégio na cartilha republicana. As referências religiosas estão sempre presentes no discurso de Cruz, mesmo quando ele fala de assuntos que não estão ligados às causas do conservadorismo social, como a guerra ao terror: "Quando terroristas radicais declaram jihad contra nós, a resposta não é tuitar insultos. A resposta é lançar a fúria santa dos Estados Unidos". 


O principal adversário de Cruz na Carolina do Sul, no entanto, é outro senador, o mais moderado Marco Rubio, que na média das pesquisas de opinião está em terceiro, mas apenas um ponto percentual atrás de Cruz. Só dos cofres de um dos grupos de apoio a Cruz saíram US$ 3 milhões para a campanha no Estado. A maior parte do dinheiro foi investida em publicidade contra Rubio, que Cruz acusa de ter um currículo frouxo na repressão aos imigrantes ilegais. A radicalização da retórica republicana é vista também como uma resposta ao que ocorre na campanha do Partido Democrata, que será o adversário na eleição de novembro, o qual tem dois candidatos socialistas: o senador Bernie Sanders e Hillary Clinton. 

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