terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Polícia Federal fez operação de busca e apreensão de documentos na sede da Odebrecht no Rio de Janeiro



A Polícia Federal passou a maior parte desta segunda-feira (22) no escritório da Odebrecht no Rio de Janeiro. Os agentes cumpriam mandado de busca e apreensão no âmbito da 23ª fase da Lava Jato, deflagrada pela manhã. Eles chegaram ao edifício onde funciona o escritório da construtora, na praia de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, antes das 9 horas. Os funcionários foram dispensados pela empresa. Ficou no escritório a equipe jurídica. Por volta das 16 horas, um carro com o logo da Polícia Federal deixou o edifício por uma porta lateral. Outro, uma picape, ainda estava estacionado na garagem às 17h45. Em nota, a empresa confirmou que as operações estavam acontecendo, tanto no escritório do Rio quanto nos de São Paulo e Salvador. Disse ainda que está à disposição das autoridades. Segundo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro João Santana e pela mulher e sócia dele, Mônica Moura, recebeu US$ 3 milhões da Odebrecht entre 13 de abril de 2012 e 08 de março de 2013, por meio de duas offshores operadas pela empreiteira, Klienfeld e Innovation Services. Para a Procuradoria, "pesam indicativos de que consiste em propina oriunda da Petrobras transferida aos publicitários em benefício do PT". A Klienfeld e a Innovation Services foram escalas de dinheiro pago por subsidiárias da Odebrecht no Exterior a contas secretas dos ex-dirigentes da Petrobras, Renato Duque, Jorge Zelada, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró – de acordo com documentos bancários enviados pelas autoridades da Suíça e de Mônaco e extratos entregues por delatores, como Costa, ex-diretor da área internacional, e o ex-gerente Pedro Barusco. Klienfeld e Innovation Services receberam, pelo menos, US$ 120 milhões de contas secretas de outras três empresas baseadas em paraísos fiscais entre 2008 e 2010. Estas contas que abasteceram a Klienfeld e a Innovation tinham como controladores os executivos da Odebrecht, Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares. A Polícia Federal também investiga outro executivo da empresa, Fernando Migliaccio da Silva, por ligação com estes pagamentos. Um dos presos nesta segunda-feira, o engenheiro Zwi Skornicki, repassador de propinas em contratos com a Petrobras, foi diretor-superintendente da OPL (Odebrecht Perfuração Limitada). Ao todo, cerca de 300 policiais federais cumpriram 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva.

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