segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Governo Dilma confirma "porquinho" petista José Eduardo Cardozo na AGU e aliado de Jaques Wagner na Justiça


O governo da petista Dilma Rousseff confirmou nesta segunda-feira a troca do ministro da Justiça, o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo. Em seu lugar, assume o ex-procurador-geral da Justiça do Estado da Bahia, Wellington César Lima e Silva, aliado do atual chefe da Casa Civil, Jaques Wagner. Cardozo assumirá a Advocacia-Geral da União no momento em que a Operação Lava Jato se instala perigosamente nos calcanhares do Palácio do Planalto. Agora, ele terá a função de defender o governo no Poder Judiciário. Ou seja, será o advogado de Dilma contra o impeachment ou a cassação de seu mandato no TSE. Já ao aliado de Wagner, um dos petistas citados na Lava Jato, caberá o poder de indicar o delegado-geral da Polícia Federal, o superintendente da Polícia Federal no Paraná e definir o total de verba destinada à corporação. Nitidamente ele entra no cargo para bloquear as investigações da Operação Lava Jato. Para isso se presta um homem do Ministério Público no Brasil. Como ministro da Justiça, o "porquinho" petista José Eduardo Cardozo era o superior hierárquico da Polícia Federal e, no governo, sabia como poucos os detalhes das investigações da Operação Lava Jato e do maior escândalo de corrupção da história do País. Embora o argumento propagado pelo ministro tenha sido o de que o Partido dos Trabalhadores o pressionava para frear a atuação da Polícia Federal no petrolão, Cardozo atuou ele próprio como um dos negociadores para barrar desdobramentos da Lava Jato. No início do ano passado, ele assumiu o papel de negociador com os empreiteiros envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras. O então ministro da Justiça recebeu em seu gabinete, em Brasília, o advogado Sérgio Renault, defensor da UTC. Em uma conversa absolutamente imprópria, disse que a operação da Polícia Federal mudaria de rumo radicalmente depois do Carnaval. Cardozo ainda orientou a empreiteira a não aceitar acordo de delação premiada. No entanto, o empreiteiro Ricardo Pessoa, amigo próximo do ex-presidente Lula, acabou fechando acordo de delação e listando um rol de políticos que, diz ele, receberam propina de contratos fraudados na Petrobras. A saída de José Eduardo Cardozo havia sido cobrada por diversas vezes pelo ex-presidente Lula, seu adversário dentro do PT. Na reforma ministerial promovida no ano passado, Lula conseguiu instalar na Casa Civil seu aliado Jaques Wagner - mas não conseguiu tirar Cardozo do cargo. Como chefe da Advocacia-geral da União, José Eduardo Cardozo atuará na defesa do governo na tribuna do STF e discutirá estratégias jurídicas também em cortes como o Tribunal de Contas da União. Ao contrário de Luís Inácio Adams, que deixa a AGU e deve se dedicar à advocacia privada, Cardozo conhece os bastidores da Lava Jato e deve usar esses conhecimentos para, ao contrário da reunião secreta revelada por VEJA, defender abertamente o governo e tentar descolar o Planalto do escândalo do petrolão. 

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