quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Bilhete de mulher de marqueteiro preocupa governo e PT


Uma das maiores apreensões do governo Dilma e do PT em relação à nova fase da Lava Jato é a situação da mulher de João Santana, Mônica Moura, por causa do bilhete enviado ao lobista Zwi Skornicki dando orientações sobre como enviar pagamento a ela no Exterior. Na avaliação de assessores presidenciais e de petistas, o bilhete virou uma "arma" da Polícia Federal contra o casal e pode ser visto "quase como uma confissão de algum tipo de ilegalidade". Um interlocutor do Planalto disse que antes será preciso aguardar as explicações de Mônica Moura para o bilhete onde diz, por exemplo, "apaguei, por motivos óbvios, o nome da empresa. Não tenho cópia eletrônica, por segurança". Dentro do governo, o discurso continua sendo o de que, em relação à campanha de Dilma, em 2014, nada será encontrado de ilegal nos pagamentos a João Santana. O problema, admitem assessores, é como Mônica Moura vai explicar por que estava tratando de uma remessa de dinheiro ao Exterior com um representante no Brasil de um estaleiro. Segundo a Polícia Federal, o casal recebeu do lobista US$ 4,5 milhões e US$ 3 milhões da Odebrecht em contas no Exterior. Em relação aos pagamentos da empreiteira, petistas e auxiliares presidenciais dizem que tudo indica serem relacionados a campanhas que João Santana faz em países nos quais a empresa desenvolve obras e serviços. Aí, afirmam, se houve alguma irregularidade, não se refere a campanhas realizadas por ele no Brasil. Dentro do governo é lembrado que Mônica Moura possui temperamento forte e não tem o estilo de quem irá proteger alguém se algo de ilegal foi cometido nos pagamentos recebidos no Exterior. "Interlocutores" de João Santana disseram que, seguramente, ele não tinha nenhuma relação com o esquema de desvio montado dentro da Petrobras e deve ter uma boa explicação para os recursos recebidos lá fora. A dúvida, dizem, é se Santana e sua mulher foram levados a receber recursos de pessoas envolvidas em corrupção na Petrobras. Além da nova fase da Lava Jato, o Palácio do Planalto também está apreensivo em relação ao processo de delação dos executivos da construtora Andrade Gutierrez. Os depoimentos devem começar nesta semana e informações preliminares indicam que podem tratar de doações feitas pela empreiteira para a campanha de Dilma. Nas palavras de um auxiliar, tudo indica que o governo Dilma não terá refresco nas próximas semanas, o que irá contribuir para deixar mais tenso o clima político.

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