quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Argentina vai emitir bônus no montante de US$ 15 bilhões para pagar credores

A Argentina pretende emitir bônus no montante de 15 bilhões de dólares para encerrar o litígio com os credores da dívida em moratória - anunciou o ministro da Fazenda, Alfonso Prat-Gay. "Estimamos que pagaremos aos credores) cerca de US$ 15 bilhões", disse o secretário das Finanças, Luis Caputo. Técnicos do Ministério da Fazenda calculam que os bônus ainda em moratória representam aproximadamente 20 bilhões de dólares. Estes títulos incluem os que estão em mãos dos fundos que acionaram a Justiça americana e de outros credores de diferentes países. O ministro explicou que a emissão será realizada assim que o Congresso aprovar a derrogação da "Ley Cerrojo" e a do Pagamento Soberano. A "Ley Cerrojo" impede que um benefício seja concedido a um credor sem que seja estendido aos demais. Cerca de 93% dos credores aceitaram a reestruturação da dívida em 2005 e 2010, mas os 7% restantes mantêm litígios e seriam beneficiados no caso de um acordo. A Argentina espera que o juiz de Nova York, Thomas Griesa, aceite seu pedido, feito em 11 de fevereiro, para que seja suspenso o impedimento ao pagamento dos credores que aderiram à reestruturação. Como condição, Griesa pediu a eliminação da "Ley Cerrojo". "A decisão que o juiz Griesa tomou na sexta-feira foi muito importante porque pudemos abrir caminho ao diálogo e, agora, vamos continuar buscando todos os acordos que sejam possíveis", completou o ministro. Prat-Gay garantiu ainda que "pagar em espécie permite acelerar os prazos e economizar dinheiro". Sobre as possibilidades de financiamento no mercado, o governo se mostrou confiante. "Todos os bancos com que falamos estão confiantes em que podemos conseguir no mercado o dinheiro de que precisamos", afirmou Caputo. A Argentina chegou na segunda-feira a um acordo com mais cinco fundos credores para pagar 250 milhões de dólares e 185 milhões de euros. EM Limited e Montreux Partners, dois dos seis principais fundos especulativos que ganharam na justiça em Nova York, aceitaram o acordo por 849,2 milhões e 298,66 milhões de dólares, respectivamente. Os fundos NML Capital e Aurelius, com sentenças favoráveis por 1,75 bilhão de dólares, continuam fora do acordo.

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