sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Petrobras cria gerência executiva para venda de ativos



A reforma da estrutura organizacional da Petrobras cria uma gerência executiva para tocar o processo de venda de ativos, considerado fundamental pela direção da empresa em sua estratégia para reduzir o elevado endividamento. A gerência executiva é o terceiro cargo na hierarquia da estatal, abaixo apenas do presidente e dos diretores. A de Aquisições e Desinvestimentos estará subordinada à diretoria Financeira, comandada por Ivan Monteiro, que hoje coordena o esforço para encontrar compradores para os ativos. A Petrobras estipulou a meta de arrecadar, até o final de 2016, US$ 15,1 bilhões com o programa de desinvestimentos, meta considerada ousada por analistas que acompanham a companhia. Até agora, a única grande operação foi a venda de fatia da subsidiária Gaspetro à japonesa Mitsui, fechada no ano passado por R$ 1,9 bilhão (ou US$ 700 milhões, ao câmbio da época), e que está embargada pela Justiça. O presidente da estatal. o petista Aldemir Bendine, conhecido como amigo da Val, disse que o programa de desinvestimento "está a todo vapor". Questionado se a Petrobras poderia vender o controle de ativos, o executivo afirmou que "não há nenhuma restrição". Ele não quis, porém, antecipar detalhes sobre negociações. O novo organograma foi aprovado em reunião do conselho de administração na quarta-feira (27) e apresentado esta quinta (28). Com a reestruturação, a estatal pretende economizar R$ 1,8 bilhão por ano. A empresa não divulgou os nomes dos ocupantes dos novos cargos. Pelo modelo aprovado, a escolha de nomes para as gerências executivas - terceiro cargo na hierarquia da empresa, atrás do presidente e dos diretores - passará pelo crivo do conselho de administração, após análise da carreira pelo Comitê de Remuneração e Sucessão. O objetivo é evitar escolhas pessoais e privilegiar empregados com bom desempenho. "Meritocracia é o termo que define, desde 2015, os nossos processos", afirmou Bendine, que disse não conviver com "indicações políticas" na estatal. A operação de venda da Gaspetro está suspensa por liminar concedida esta semana pela Justiça Federal da Bahia. Bendine disse que empresa ainda não foi notificada, mas tomará as "medidas cabíveis" para reverter a decisão. "Pelo que li na imprensa, a decisão está mais no âmbito do questionamento, de explicar melhor a situação", afirmou, dizendo que a venda foi feita "dentro de absoluta legalidade". Ele minimizou, porém, o impacto nas contas da empresa caso a operação tenha que ser cancelada, alegando que trata-se de um valor pequeno dentro do programa de desinvestimentos da companhia, que prevê a arrecadação de US$ 15,1 bilhões. A venda da Gaspetro já havia sido suspensa, em dezembro, por outra liminar concedida na Justiça da Bahia, mas a estatal conseguiu reverter a decisão.

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