quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Nova fase da Lava Jato, Polícia Federal prende mulher que pode ser a laranja na propriedade de triplex de Vaccari, vizinho daquele de Lula, no Guarujá







A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira a 22ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Triplo X (a referência não pode ser mais óbvia, o alvo é evidente). É o primeiro desdobramento das investigações sobre o mega esquema de corrupção instalado na Petrobras em 2016. A nova fase mira atividades criminosas da Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, e a estratégia da construtora OAS de utilizar imóveis como método para despistar o pagamento de propina. A Bancoop foi presidida pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso e já condenado a mais de 15 anos de prisão pelo juiz Sergio Moro por atuar como cobrador e coletor de propina do Petrolão do PT. Ao todo são cumpridos 15 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e dois mandados de condução coercitiva nas cidades de São Paulo, Santo André (SP), São Bernardo do Campo (SP) e Joaçaba (SC). Entre os presos está a publicitária Nelci Warken, que prestou serviços à Bancoop e teria ligações com a offshore Murray. Ela foi levada para a Polícia Federal em São Paulo e ainda hoje deve ser transferida para Curitiba. Segundo a Polícia Federal, as investigações da Triplo X mostram que empresas offshores e contas no Exterior eram usadas para ocultar o produto de crimes cometidos contra os cofres da Petrobras. A investida policial ocorre também contra a empreiteira OAS, suspeita de ocultar o patrimônio em empreendimentos imobiliários para camuflar o pagamento de propina. Os executivos da OAS já foram condenados por Moro, incluindo o então presidente Leo Pinheiro, penalizado com 16 anos e quatro meses de prisão. Na 22ª fase da Lava Jato estão sendo apurados, entre outros, crimes como corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Um dos principais alvos desta etapa é a offshore Murray, criada pela empresa Mossack Fonseca no Panamá para supostamente ocultar os verdadeiros donos de um tríplex no Guarujá (SP) no mesmo condomínio em que a OAS reservou um apartamento ao ex-presidente Lula. As atividades da OAS e o estreito relacionamento da empreiteira com próceres do PT, em especial o ex-presidente, estão há tempos na mira da Promotoria de Justiça de São Paulo. No processo que tramita em São Paulo e não tem relação direta com o escândalo de corrupção da Lava Jato, Lula será denunciado por ocultação de propriedade. A cooperativa habitacional de bancários que deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto petistas graúdos, como Lula, receberam seus apartamentos de luxo. Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Leo Pinheiro, a empreiteira assumiu a construção de prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, por exemplo.

Um comentário:

JORGE LOEFFLER .'. disse...

Conduções coercitivas sem que os conduzidos tenham sido devidamente intimados e desobedecido às intimações configuram cerceamento de defesa. Isto é poderá e penso que trará sérios prejuízos às acusações.