terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Nota de Tombini causa perplexidade em ex-integrantes do Copom

Ex-integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) se disseram perplexos com a nota emitida pelo presidente do Banco Central, pela manhã, a respeito da avaliação do FMI. Pelo que comentaram dois ex-diretores da instituição uma postura dessas não tem par na história do BC. Uma das fontes consultadas pelo jornal O Estado de São Paulo revelou que estava em reunião interna na instituição em que trabalha quando um colega citou a notícia. Os reflexos da decisão do Copom de amanhã eram um dos assuntos do encontro. Depois da informação, no entanto, tornou-se a pauta principal, conforme relatou. "Todos os sinais do BC eram mais hawkishes (inclinado ao aperto monetário), apesar da recessão. Não entendemos o motivo de Tombini passar um recado tão dovish (suave) no meio do caminho", disse. O presidente do BC, em sua nota pela manhã, disse serem "significativas" as revisões das projeções do FMI para o crescimento do Brasil neste e no próximo ano. Mais do que isso, enfatizou que essa informação, como todas as demais disponíveis até o momento da decisão do colegiado, serão apreciadas pelos membros do Copom. A avaliação da fonte ouvida pelo jornal é de que se havia uma possibilidade de Tombini deixar o cargo por conta da pressão política que vem sofrendo para não aumentar os juros, a revisão do FMI caiu como uma luva para o presidente do BC, que poderá usá-la como argumento de defesa. "Mas isso é contraditório com toda a linha apresentada desde o final do ano passado. Ou o BC não passou os recados certos ou teve de mudar de posição de última hora, o que é muito pior", avaliou o ex-diretor do Copom consultado.

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