sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

LIXO - UM GIGANTESCO DESPERDÍCIO ENERGÉTICO NO BRASIL

Todas as cidades da Europa têm usinas de queima do lixo para geração de energia elétrica. Isso acontece desde 2014, porque a Comunidade Européia havia emitido uma diretiva proibindo a continuidade da operação de aterros sanitários no âmbito da Comunidade Européia até o início de 2015. No Brasil, vanguarda do atraso em tudo, não há uma só usina para queima do lixo e geração de energia elétrica. Em tese, de cada três toneladas de lixo queimadas é possível se produzir um megawatt/hora de energia elétrica. Com o preço da energia calculado em torno de 100 dólares o megawatt, isso daria um grande rendimento para empreendedores privados e órgãos públicos. A queima do lixo gera um tipo de energia garantida, sem interrupção, o que não acontece nas outras fontes (na hidrelétrica, uma usina deixa de produzir, ou reduz sua produção, quando baixa o nível da represa; na eólica, deixa de produzir quando há falta de vento; na solar, deixa de produzir quando nuvens ocultam o sol). Outra vantagem: a energia é gerada já no local onde deverá ser consumida, evitando custos altos de transmissão, Mais um detalhe: aumenta a arrecadação de impostos da cidade onde opera, uma vez que energia elétrica recolhe no mínimo 25% de ICMS, e os municípios têm participação (retorno) garantido neste imposto. Do ponto de vista ambiental não há qualquer restrição atual à atuação destas usinas, já que elas têm emissões praticamente nulas, de qualquer espécie. Portanto, o Brasil está jogando no lixo uma fonte fantástica de energia. Na Europa, atualmente, há país importando lixo para queimá-lo e produzir energia. No caso de Porto Alegre, por exemplo, o desperdício é o mais monumental que se possa imaginar. A prefeitura da cidade já foi condenada, com trânsito em julgado, na 3ª Vara da Fazenda Pública, a promover a remediação ambiental da área do lixão da zona norte, uma imensa área na cabeceira norte da pista do aeroporto internacional Salgado Filho, onde estão depositadas mais de 10 milhões de toneladas de lixo, jogadas diretamente sobre o solo nu, contaminando o subsolo da região e o lençol freático, e poluindo de maneira brutal a foz do rio Gravataí e as águas do rio Guaíba com os dois canais que conduzem chorume direto para lá, sem qualquer tratamento. O custo para a remoção e tratamento do solo remanescente seria incalculável para a prefeitura e os habitantes da capital gaúcha. Assim, a grande solução seria a construção na área de uma usina de queima de lixo e geração de energia elétrica, que iria consumindo diariamente os mais de 10 milhões de toneladas de lixo depositadas no local, assim como queimaria o lixo coletado diariamente. No local poderia funcionar uma usina com capacidade de geração de energia elétrica maior do que a da maior usina hidrelétrica gaúcha, a de Dona Francisca, localizada no alto curso do rio Jacui. E, deixando de transportar o lixo até Minas do Leão, a 112 quilômetros da capital gaúcha, e deixando de pagar o aterro sanitário da Revita (Grupo Solvi), a prefeitura de Porto Alegre faria uma economia enorme, de centenas de milhões de reais. Os donos de empresas no ramo lixeiro, no Brasil, não estão interessados na solução das usinas de queima de lixo para geração de energia elétrica. As usinas representariam o fim de um rentável negócio, que exige muito pouco investimento. Um aterro sanitário pode ser explorado por décadas. Então os donos de aterros ficam fazendo merchandising em novelas da Rede Globo, gastando fortunas, para tentar provar que seus aterros geram energia a partir do gás metano produzido na decomposição do lixo enterrado. Sim, geram, mas é uma geração marginal de energia, sem qualquer expressividade diante do potencial energético do lixo. Por Vitor Vieira

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