segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Executivos da SBM fazem acordo e pagarão R$ 500 mil


Bruno Chabas, CEO da empresa holandesa SBM Offshore, e o funcionário do conselho fiscal da companhia, Sietze Hepkema, fecharam no final da semana passada um acordo com o Ministério Público e concordaram em pagar 500.000 reais - 250.000 reais cada. O acordo extrajudicial não inclui a admissão de culpa dos dois executivos e ainda precisa ser confirmado pela Justiça. Em dezembro, o Ministério Público concluiu que a SBM desembolsou cerca de 46 milhões de dólares em propina para ex-funcionários e ex-diretores da Petrobras. Segundo as investigações, entre 1997 e 2012 a companhia despejou dinheiro sujo nos bolsos de dirigentes da petroleira em troca de contratos envolvendo navios-plataforma ou de informações confidenciais sobre processos e transações envolvendo a Petrobras. O nome da offshore holandesa ganhou força na Operação Lava Jato a partir de depoimentos do ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco, que disse que passou a receber propina da empresa ainda nos anos de 1990. Ao todo, foram 22 milhões de dólares até 2010, segundo o delator. Antes disso, um ex-funcionário da SBM Offshore apontou o empresário Julio Faerman como o lobista responsável por intermediar pagamentos de propina de pelo menos 30 milhões de dólares a funcionários da petroleira brasileira. O objetivo seria conseguir contratos, que somam mais de 9 bilhões de reais, para o aluguel de plataformas de exploração do petróleo. Uma auditoria interna da SBM mostrou que, de 2007 a 2011, a empresa subornou autoridades e políticos em Angola, Cazaquistão, Guiné Equatorial, Itália, Iraque e Malásia - até 250 milhões de dólares teriam passado por esses dutos de corrupção. "Chabas, Hepkema e as diretorias de Fiscalização e Administração consideraram a proposta do Ministério Público para um acordo extrajudicial e decidiram aceitá-la", disse a SBM em nota. "A companhia enfatiza que esse acordo não inclui admissão de culpa e mantém a opinião de que as acusações são infundadas", completou. Segundo a SBM Offshore, o acordo oferece uma "oportunidade pragmática" para resolver o caso e evitar procedimentos legais onerosos. Segundo o delator da Lava Jato, Julio Faerman, a empresa holandesa SBM Offshore pagou 300.000 dólares em propina à campanha da então candidata à Presidência Dilma Rousseff, em 2010. No depoimento aos investigadores, Faerman afirma que transferiu o dinheiro para uma conta do então gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco, que confirmou os repasses. A transação foi feita em contas na Suíça. Também em acordo de delação, Pedro Barusco disse que "no ano de 2010, durante a campanha presidencial, quando Serra encostou em Dilma nas pesquisas, foi solicitado por Renato Duque a intermediar o recebimento de uma contribuição de 300.000 dólares para a campanha de Dilma".

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