domingo, 24 de janeiro de 2016

Credores da Sete receberão R$ 4,2 bilhões em garantias


Os bancos credores da empresa de sondas Sete Brasil fizeram uma jogada nesta sexta-feira (22) para pressionar os sócios da companhia a adiarem a discussão de uma possível recuperação judicial. Estava prevista a assinatura de um acordo em que os bancos estenderiam por mais quatro meses o prazo para que a Sete pague sua dívida de R$ 17 bilhões. Esta será a sétima vez que Banco do Brasil, FI-FGTS, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander, principais credores da Sete, darão mais tempo para a companhia quitar sua dívida. No entanto, duas condições foram impostas pelos credores. Uma delas foi o adiamento da discussão de um possível pedido de recuperação judicial. Outra foi a liberação do pagamento das garantias previstas pelo FGCN (Fundo de Garantia para a Construção Naval). O valor a ser pago será de cerca de 30% do total das garantias dadas pela Sete, cerca de R$ 4,2 bilhões. A expectativa dos credores, segundo pessoas próximas às negociações, era que o fundo, administrado pela Caixa Econômica Federal, pague cada credor imediatamente após a assinatura do acordo. Mas, no final, o FGCN efetuará o pagamento ao longo dos quatro meses de vigência do novo acordo. Ao quitar essa pendência, o fundo ficará sem recursos (zerado) e passará a ser credor da Sete. Os bancos já tinham executado as garantias dos empréstimos à Sete no ano passado. O FGCN deveria pagá-las no início deste ano. A execução funciona como uma espécie de seguro contra inadimplência, e quem paga essa conta é a Caixa, que administra o FGCN. Caso a empresa entrasse em recuperação judicial, como queriam os sócios, essa conta não seria paga. Por isso, alguns credores teriam vetado a ideia. Os bancos são tolerantes com a Sete porque boa parte também é sócia da empresa, que tenta encontrar uma saída para a crise. Criada em 2010 a partir da ideia do governo e da Petrobras petistas de terceirizar a construção de sondas para exploração do pré-sal, a Sete encomendaria sondas a estaleiros nacionais para fomentar a indústria local. Na verdade, a empresa também foi criada para distribuir propinas para o PT e seus aliados. Por isso, a Petrobras até aceitou, no passado, pagar um pouco mais pelo aluguel das sondas. Mas o preço do petróleo caiu de US$ 100,00 para cerca de US$ 30,00. Além disso, a Sete foi envolvida na operação Lava Jato.

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