quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Mauricio Macri toma posse como presidente da Argentina


A Argentina tem oficialmente um novo presidente. Mauricio Macri, eleito em 22 de novembro, tomou posse do cargo na tarde desta quinta-feira e pôs um fim a 12 anos de hegemonia política do casal Kirchner - primeiro com Néstor, eleito em 2003, e depois com Cristina, eleita pela primeira vez em 2007. A eleição do novo presidente ainda marcou a primeira vez em 100 anos que o povo argentino escolheu um candidato que não pertence nem ao peronismo nem ao radicalismo socialdemocrata. Cristina Kirchner não compareceu ao Congresso ou à Casa Rosada. Ela e Mauricio Macri passaram dias discutindo sobre qual seria o lugar da cerimônia de posse. A ex-presidente queria passar faixa e bastão presidenciais no Congresso, diante da Assembléia Legislativa e de seus aliados. Já Macri insistiu para que isso acontecesse na Casa Rosada, sede do governo argentino. Diante do impasse, a aliança Cambiemos, do atual presidente, pediu que o mandato de Cristina terminasse à 0h desta quinta-feira. Com a decisão judicial anunciada, Cristina anunciou que não compareceria ao evento, já que não seria mais presidente na quinta-feira. Entre o fim do mandato de Cristina e o começo do de Macri, a Argentina teve um líder provisório, o presidente provisório do Senado, Federico Pinedo. A cerimônia começou pouco antes das 12h locais (13h em Brasília) no Congresso argentino, onde Macri e sua vice fizeram juramento. O novo presidente disse estar se sentindo "mais otimista do que nunca" em relação a um futuro que requer "trabalho em equipe". Afirmou também que seus principais objetivos serão "a pobreza zero, derrotar o tráfico de drogas e unir todos os argentinos". "O país tem diferentes setores que pensam de diferentes maneiras, mas não está dividido. Já passaram as eleições e agora todos devemos nos unir para crescer e melhorar", afirmou diante da Assembleia Legislativa e dos presidentes Rafael Correa (Equador), Juan Manuel Santos (Colômbia), Michelle Bachelet (Chile) e Evo Morales (Bolívia), que assistiram à cerimônia. Após o cerimonial no Congresso, eles seguiram para a Casa Rosada, onde Macri recebeu a faixa e o bastão presidencial das mãos de Federico Pinedo, na ausência da antiga mandatária. Nos arredores do palácio presidencial, o povo cantava: "Já o vemos, já o vemos. A Cristina que o veja pela TV". A cerimônia de entrega dos atributos presidenciais contou com a presença de 250 convidados, entre eles ex-presidentes, delegações estrangeiras, governadores e membros do novo gabinete de Macri. Dilma Rousseff não chegou à Argentina a tempo de assistir à cerimônia de posse no Congresso. O empresário e engenheiro Mauricio Macri ficou conhecido por sua bem-sucedida administração do clube Boca Juniors, do qual foi presidente por treze anos, e da cidade de Buenos Aires, da qual foi eleito prefeito em 2007 e 2011. É filho de um dos empresários mais prósperos do país: Franco Macri, fundador do Grupo Macri, que conta com empresas nas áreas de logística, construção e de alimentos na Argentina, no Brasil e no Uruguai. Macri não gosta de definir-se como um político de esquerda ou de direita, mas sua preferência pelo liberalismo econômico é clara. No dia seguinte à sua vitória, ele disse que o seu gabinete econômico será formado por seis ministérios: Fazenda e Finanças, Trabalho, Agricultura, Energia, Pesca, e Transporte e Produção.

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