terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Governo do Rio de Janeiro vai parcelar os salários de todos os funcionários que ganham mais de 2 mil, é quase a metade do funcionalismo

Palácio Guanabara, sede do governo estadual
O governo do Rio de Janeiro decidiu pagar em duas parcelas o salário de quase metade dos servidores da ativa e de aposentados da administração direta, que deveriam ter seus vencimentos depositados entre esta terça e quarta-feiras. A decisão foi tomada nesta segunda-feira, devido às dificuldades de caixa enfrentadas pela administração. Quem ganha até R$ 2 mil líquidos receberá seus vencimentos até esta quarta-feira. Mas, no caso dos 47% dos funcionários com salários acima desse valor, serão depositados apenas R$ 2 mil. O que passar dessa quantia será pago até o próximo dia 9. O governo ainda não sabe se poderá liberar a segunda parcela do 13º no próximo dia 17, como previsto. A medida não afeta os 90.688 pensionistas, que já receberam integralmente nas datas previstas no calendário, entre 24 e 30 de novembro, de acordo com o número de inscrição. Quanto às pensões alimentícias, elas serão pagas integralmente nesta terça-feira, no caso dos inativos, e nesta quarta-feira, no caso dos servidores da ativa, independentemente do valor. O estado precisa dispor de cerca de R$ 2,5 bilhões para quitar as folhas de novembro e o 13º. O secretário estadual de Fazenda, Julio Bueno, reafirmou que a data da mudança da folha é uma consequência da queda na arrecadação do estado e da crise econômica: "Vivemos uma crise sem precedentes no País, que tem a imprevisibilidade como uma das principais e mais perversas características. Prevíamos, no orçamento de 2015, receitas de R$ 38 bilhões. Com a crise, não vamos arrecadar mais do que R$ 32 bilhões. No caso dos royalties, o resultado também ficará R$ 6 bilhões abaixo do previsto. É uma tragédia". Em meio à crise, o governo conseguiu pagar nesta segunda-feira R$ 166 milhões a empresas prestadoras de serviços. Desse valor, cerca de R$ 87 milhões deveriam ter sido liberados no último dia 17. O atraso no pagamento afetou, por exemplo, a limpeza da Uerj, levando à suspensão das aulas, e a do Hospital Pedro Ernesto, provocando o cancelamento das cirurgias eletivas (não emergenciais). Os outros R$ 79 milhões pagos às empresas teriam que ser quitados nesta segunda-feira mesmo. Com os repasses, segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio, Antônio Carlos da Silva, funcionários da Construir, responsável pela limpeza e pela coleta de lixo na Uerj, no Pedro Ernesto e na Policlínica Piquet Carneiro, já receberam os salários atrasados, referentes a outubro. Nem todos os empregados de firmas terceirizadas, no entanto, foram pagos. "O clima entre outros funcionários que prestam serviços de limpeza ao estado continua tenso. No Hospital Rocha Faria, por exemplo, alguns já disseram que não vão trabalhar amanhã (terça-feira). Vamos conversar com eles", disse Antônio. Os funcionários que ameaçam parar são da organização social Pró-Saúde, que administra a maternidade do Rocha Faria. Em nota, a entidade confirmou o repasse dos atrasados e informou que pagará a primeira parcela do 13º salário quando o valor estiver disponível em conta. De acordo com o Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Rio, a dívida do governo estadual com 23 prestadoras de serviços de limpeza ultrapassa R$ 100 milhões. (OG)

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