sábado, 5 de dezembro de 2015

FBI declara a chacina de San Bernardino um atentado terrorista islâmico

O FBI (polícia federal americana) anunciou nesta sexta-feira (4) que passou a investigar o ataque a um centro comunitário na Califórnia que matou 14 pessoas na quarta (2) como terrorismo. O diretor do órgão, James Comey, afirmou, em pronunciamento ao lado da secretária de Justiça, Loretta Lynch, que há "indícios de radicalização" dos perpetradores e "potencial inspiração em grupos terroristas estrangeiros". 


A coautora, a paquistanesa, Tashfeen Malik, de 27 anos, prometeu lealdade ao Estado Islâmico usando pseudônimo no Facebook. A informação foi passada por agentes não identificados. A possível inspiração no Estado Islâmico I tem sido tratada como um caso de radicalização por conta própria da mulher e seu marido, o americano de origem paquistanesa Syed Farook, de 28 anos. O casal, que se dizia muçulmano, foi morto horas após a ação, no condado de San Bernardino, na quarta-feira (2). O diretor do FBI minimizou a relevância de uma possível ligação da dupla com pessoas monitoradas pelo órgão e fez um apelo para que não seja superdimensionada. "Até agora, não vemos indicação de que eles tenham sido parte de uma organização maior, que formem uma célula ou que façam parte de uma rede", afirmou. Com 21 feridos, a chacina foi a mais violenta dos últimos três anos nos Estados Unidos. Os investigadores disseram que não há no momento nenhum preso relacionado ao caso. Embora a motivação ainda não esteja clara, o massacre tem sido considerado um dos únicos atentados de fundo islâmico de larga escala desde o 11 de Setembro, além do atentado na maratona de Boston, que deixou três mortos e mais de 260 feridos em 2013. Se confirmada a inspiração, o EI terá motivado a primeira ação em solo americano, segundo a rede CNN. O diretor-assistente do FBI em Los Angeles, David Bowdich, afirmou que o fato de nenhum dos coautores ter estado no radar dos investigadores até a ação "preocupa". Questionado sobre a possibilidade de a mulher ter influenciado Farook, Bowdich afirmou que não poderia responder, mas ponderou que, "enquanto marido", sabe que os homens são influenciados "até certa medida". A acusada de ser coautora do ato nasceu no Paquistão e se mudou para os Estados Unidos com Farook em 2014. Malik se instalara na Arábia Saudita com a família 25 anos atrás. Há cerca de cinco anos ela voltou ao Paquistão, onde estudou para se tornar farmacêutica, disseram dois oficiais não identificados. Um tio de Malik afirmou que parentes que visitavam a família na Arábia Saudita voltavam com a impressão de que o pai dela se tornara "conservador e linha-dura". O FBI investiga registros digitais de ambos em aparelhos de telefone celular que foram esmagados e contas on-line. Eles tinham mais de 6.000 cartuchos de munição, quatro armas e uma dúzia de bombas. No apartamento alugado pelo casal, havia objetos religiosos, brinquedos, louça suja e comida. A mãe, as duas irmãs e o irmão do acusado "não tinham ideia" e ficaram "chocados" com o ataque. Farook foi descrito como homem "introvertido, de poucos ou nenhum amigo". Malik era "muito reservada, mantinha-se isolada e era muito conservadora", segundo David Chesley. 

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