segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Exclusivo: em carta a Bumlai, "fugitivo" pede R$ 650 mil

Uma carta apreendida no escritório de José Carlos Bumlai em Campo Grande sugere que o empresário amigo de Lula atuava como uma espécie de "banco" para socorrer petistas em apuros. Não é possível identificar o remetente, mas se trata de alguém vinculado à administração do prefeito cassado de Campinas, Dr. Hélio. Quando explodiu o escândalo Sanasa, o autor da carta se escondeu em Osasco, na casa de um sobrinho identificado como Kaique Vergínio. Temendo estar sendo monitorado pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, ele enviou a carta para a Associação de Criadores de Nelore do Mato Grosso do Sul, então presidida por Guilherme Bumlai. No texto, repleto de erros de português, pede ao "querido Zé Carlos" que "providencie com máxima urgência possível o montante de seiscentos e cinquenta mil reais, em dinheiro", em data, local e horário a serem confirmados posteriormente. "Não posso tratar aqui de detalhes nem citar nomes", diz, alegando a necessidade de evitar "maiores complicações a todos nós". Diz ainda que o prefeito de Osasco - na ocasião era Emídio de Souza - estava lhe dando apoio até que "as coisas" se acalmassem em Campinas, após a decretação da prisão preventiva da então primeira-dama Rosely e do vice-prefeito Demétrio Vilagra. O caso Sanasa foi um esquema de superfaturamento e pagamento de propina envolvendo a companhia de saneamento de Campinas e as empreiteiras Camargo Corrêa e Constran - que teve Bumlai como executivo. O amigão de Lula foi citado nas investigações, mas acabou poupado. 

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