terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Estaleiro Eisa fecha as portas e demite 3 mil metalúrgicos


Cerca de três mil funcionários do Estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, foram desligados da empresa por meio de uma carta recebida na manhã desta segunda-feira, ao chegarem ao local de trabalho. Os portões estavam lacrados e sequer puderam entrar. Na mensagem, assinada pela presidência do estaleiro - controlado pela holding Synergy Shipyards -, a empresa justifica que o corte de pessoal é consequência dos impactos da recessão econômica e da Lava-Jato, “que paralisou as atividades da indústria naval e deoffshore”. “A única alternativa para manter o estaleiro funcionando é diminuir ao máximo os custos operacionais”, argumenta. “Com muita tristeza e dor nos vemos na necessidade imediata de realizar corte de pessoal. Comunicamos por meio desta que estamos efetuando a rescisão do seu contrato de trabalho, dia 11/12, devendo encerrar suas atividades de forma imediata”, informou em carta. Após receberam a mensagem, os metalúrgicos caminharam em uma manifestação até o Aeroporto Galeão. A diretoria do estaleiro e do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio) se reúnem às 15h para discutir as rescisões. Em Niterói, onde até a metade deste ano funcionou um outro estaleiro do grupo, o Petro 1, que foi fechado e teve 3,3 mil metalúrgicos desligados, também houve manifestação. A concentração foi na Praça Barreto. Os ex-funcionários alegam que ainda não receberam as indenizações pela rescisão dos contratos. No meio deste ano, o Estaleiro Mauá acabou demitindo 3,3 mil funcionários e fechou as portas. Segundo informou à época o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Edson Rocha, em reunião com os representantes do estaleiro, a empresa disse que as demissões foram necessárias porque não haviam mais recursos para pagar os funcionários. O presidente do Sindimental-Rio, Jesus Cardoso, teme que os funcionários desligados do Eisa também fiquem sem receber direitos como 13° salário, pagamento de multa e férias, além do reajuste salarial de 9,8% recentemente aprovado, que é retroativo ao mês de outubro e ainda não foi pago pela empresa. Procurado pelo GLOBO, o estaleiro não quis comentar a respeito. Os problemas financeiros do estaleiro Eisa começaram na década passada, quando a venezuelana PDVSA deixou de honrar o pagamento referente à encomenda de dez navios, num negócio de US$ 1 bilhão. E foram agravados por cancelamentos de encomendas pela Petrobras. 

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