sábado, 12 de dezembro de 2015

Centenário de Sinatra é celebrado em livro e exposição nos Estados Unidos


Há cem anos, nascia um gigante – um bebê de mais de seis quilos, trazido a fórceps, num parto de risco que deixou cicatrizes no lado esquerdo do rosto da criança. Dolly, a mãe, imigrante italiana geniosa, era conhecida por realizar abortos nas redondezas de sua casa, em Nova Jersey, EUA. Passou a vida malhando e adorando o filho. Quando ele contou que queria ser cantor, levou mais outra. "Se quiser ser um vadio desgraçado, está maluco", esbravejou a mãe. Meio século mais tarde, ela morreria em um acidente de avião a caminho de uma apresentação dele em Las Vegas. O crítico e editor americano David Lehman narra episódios da vida de Frank Sinatra (1915-1998) na recém-lançada biografia "Sinatra's Century" (O Século de Sinatra) na tentativa de responder a uma amiga que o instigara com a pergunta: "Mas o que você acha que ele representa?". 
 

A questão ecoa por todos os Estados Unidos na comemoração do centenário de Sinatra em livros, discos e filmes. "Há um tipo de som, de visual, de atitude que imediatamente se reconhece que é dele", diz Chris Morrison, responsável pela exposição sobre ele no Grammy Museum, em Los Angeles. A mostra "Sinatra: Um Ícone Americano" chegou à costa oeste do país em outubro, depois de meses em cartaz na Biblioteca Pública de Nova York. A extensa documentação sobre sua atividade nos palcos não sacia o interesse do público. São os objetos pessoais –fotos inéditas, correspondência e a reprodução do estúdio onde Sinatra pintava– que têm atraído mais a atenção, conta Morrison. 


Também pela data, a editora Taschen reeditou o clássico perfil do cantor por Gay Talese, "Frank Sinatra Está Resfriado". O fascínio por Sinatra é apimentado pela complexidade de seu caráter: amigo de mafiosos, mulherengo, alcoólatra e agressivo, disciplinado, brilhante e melancólico. Mas o biógrafo David Lehman concluiu que o que faz com que tantos, ainda cantem Sinatra no chuveiro é o que todo mundo já admirava: A Voz. "É o melhor cantor. Faz cada canção parecer um capítulo de sua autobiografia". No Brasil, também chega às prateleiras o segundo volume de biografia de Sinatra, escrita por James Kaplan. "Sinatra - O Chefão", chega ao Brasil depois de "Frank - A Voz", pela Companhia das Letras. A obra começa em 1954, quando o artista ganhou o Oscar de ator coadjuvante pelo filme "A Um Passo da Eternidade".

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