sábado, 7 de novembro de 2015

Petroleiros estão confinados há sete dias na Refinaria de Cubatão

Cerca de 90 funcionários da Petrobras estão confinados há nove dias na Refinaria Presidente Bernardes, no pólo petroquímico de Cubatão, desde que foi iniciada a greve da categoria, na última quinta-feira (29). Os operários não foram substituídos por outras equipes, pois não houve rendição. A refinaria deve funcionar sem interrupção. De acordo com Rafael Góes, diretor do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, a Petrobras instalou dormitórios improvisados e os empregados estão trabalhando em esquema de revezamento. O sindicato recorreu à Justiça, que determinou a liberação de 30 funcionários. “A Petrobras não colocou equipes de contingência suficientes para operar a unidade com segurança e os trabalhadores se sentiram inseguros. A gente está orientando discutir a parada das unidades para a saída desses trabalhadores, já que a empresa não está oferecendo contingente para substituí-los”, disse Rafael Góes. A refinaria produz 178 mil barris por dia, que tem como destinos a cidade de São Paulo, a Baixada Santista e as regiões Norte, Nordeste e Sul do País. Situação parecida ocorre na Refinaria Replan, em Paulínia, na região metropolitana de Campinas. A greve começou às 15h do domingo (1º), com adesão total do turno, segundo o Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo. Sem funcionários do setor de operações, a Petrobras convocou uma equipe de contingenciamento, formada por supervisores, gerentes e engenheiros de processo, conforme o sindicato. De acordo com o coordenador da regional Campinas do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo, Gustavo Marsaioli, há dificuldade em trocar os turnos, com isso a jornada tem sido de 12 horas. “A notícia que a gente tem é que essa equipe de contingência, em alguns setores, está incompleta, o que coloca a refinaria, na nossa avaliação, numa situação de risco. Um operador de refinaria opera partes da planta, que são muito complexas, grandes”, disse. O sindicato estima que 20% dos funcionários da área administrativa, que funciona em horário comercial, aderiram à greve. No segmento operacional, a adesão é total. A Replan responde por 20% de todo o refino de petróleo no País. A Refinaria Capuava, em Mauá, na Grande São Paulo, também teve adesão total dos trabalhadores ao movimento grevista, segundo o Sindicato Unificado. O mesmo ocorre nos cinco terminais da Transpetro na região, da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil (TBG), nas cidades de Campinas e Hortolândia; e na Usina Termelétrica de Luiz Carlos Prestes, em Mato Grosso do Sul. No total, incluindo os funcionários da Replan, são aproximadamente 5 mil trabalhadores parados, de acordo com estimativa o sindicato. Na Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, no litoral paulista, 60% das funções administrativas estão paradas e o turno operacional segue paralisado. “Na prática, a gente não está abrindo para o abastecimento dos caminhões de gás GLP”, disse o diretor do sindicato, Rafael Góes. A usina recebe gases produzidos no pré-sal, na Bacia de Santos. A Petrobras entrou com liminar para liberar a saída dos caminhões, que foi negada pela Justiça. O Terminal Aquaviário de São Sebastião teve paralisação total nas operações e 80% do setor administrativo. O terminal, o maior da Transpertro, recebe petróleo nacional e importado e abastece as refinarias do estado de São Paulo. O Terminal Alemoa, na cidade de Santos, teve adesão semelhante. Na plataforma em alto-mar, na Bacia de Santos, de Merluza, as atividades também foram prejudicadas com a greve. (AB)

Nenhum comentário: