sábado, 7 de novembro de 2015

Levy defende "monstro" da CPMF para ajustar contas e sair da recessão



O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a defender na quinta-feira (5) a aprovação da CPMF para ajustar as contas do governo, permitir a retomada da confiança de empresários e consumidores, e fazer a economia voltar a crescer. Diante de uma plateia de empresários, que se manifestaram contrários a aumento de impostos, o ministro evitou falar diretamente sobre a CPMF, mas afirmou que o ajuste das contas do governo passa por "aumento de receita", além de corte nos gastos públicos. "Vamos ter que tomar as medidas necessárias tanto do lado do gasto – e o governo já tem feito economias significativas– quanto do lado das receitas. Não há fórmula mágica, fácil, dinheiro que vou encontrar no final do arco-íris. Não é assim que funciona", disse. "Sei que vocês aqui não gostam desse 'monstro' (CPMF), mas depois que ele foi criado, as coisas se estabilizaram, a confiança foi retomada e o País voltou a crescer", argumentou.
 

De acordo com Levy, sem a CPMF não haverá superavit orçamentário em 2016 e a sociedade terá de escolher quais gastos terá de cortar. "A CPMF é aquele imposto que todo mundo paga. É proporcional ao que se gasta; quem gasta mais, paga mais. É um imposto que não se discute: ninguém tem dúvida se é para pagar ou não. O recolhimento é automático, transparente", afirmou. "É tão transparente que se não tiver CPMF você sabe que terá R$ 32 bilhões de déficit. É o tamanho do Bolsa Família, quase o do Seguro Desemprego. Se não tiver esse recurso, você vai ter de descobrir o que vai ter de deixar de gastar", declarou. Para o ministro, após os ajustes nas contas do governo, a economia brasileira costuma reagir com rapidez. "Em dois trimestres já vemos resposta", disse, evitando estabelecer um prazo para a retomada do crescimento. Após o encontro com empresários, Levy se reuniu com o presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, para discutir inadimplência e as perspectivas para o crédito nos bancos. Segundo o ministro, Trabuco relatou que a inadimplência está controlada, apesar da crise na economia. "Está bem comportada até por todo cuidado dos bancos e dos tomadores com a concessão de crédito. Se você faz arrumadinho, depois não tem surpresa ruim", avaliou. Levy afirmou que a intenção da conversa era saber saber "como a economia está resistindo nesse período de ambiguidade" antes de o País retomar o crescimento. Na verdade, ele foi conversar com o seu patrão. O ministro se encontrou também com representantes da construção civil para ouvir demandas sobre como facilitar os investimentos em infraestrutura. Um dos aspectos abordados foi a regulação e a segurança jurídica para o setor. "Queremos trazer mais empresas para a construção de infraestrutura. Temos que ver como baixar o custo do setor e como agilizar o investimento privado. Esse é um setor que pode trazer muito crescimento no ano que vem", disse.

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