terça-feira, 3 de novembro de 2015

Fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, perde 29 mil milhões com escândalo da Volkswagen



O fundo soberano da Noruega sofreu, no terceiro trimestre, a maior quebra em quatro anos, penalizado pela crise nas bolsas chinesas e pelo escândalo da Volkswagen (VW). Os resultados são divulgados numa altura em que o governo norueguês se prepara para levantar dinheiro do fundo, pela primeira vez desde que este foi criado, para tapar défices orçamentarios. O fundo, que tem mais de 778 bilhões de euros sob gestão, perdeu 29,4 bilhões (uma quebra de 4,9%) no terceiro trimestre. As ações que o fundo detém desvalorizaram 8,6%, enquanto os títulos obrigacionistas valorizaram 0,9%. Já com os bens imobiliários, o fundo obteve um retorno de 3%. Foi a primeira vez em seis anos que o fundo soberano registou perdas. O fundo soberano da Noruega foi criado em 1998 e é o maior do mundo, com 778 mil milhões de euros sob gestão. O fundo gere as receitas provenientes do petróleo e detém investimentos em mais de oito mil empresas, incluindo nas cotadas portuguesas. “Temos de esperar flutuações nos resultados quando há grandes movimentações no mercado”, salienta o presidente executivo do fundo, Yngve Slyngstad, citado pela Bloomberg. “Isto poderá ter um impacto considerável no curto prazo. Ainda assim, o fundo tem um horizonte de longo prazo e está numa boa posição para enfrentar a volatilidade de curto prazo”, acrescenta. O responsável refere-se aos receios em torno do abrandamento da economia chinesa e às expectativas de que a Reserva Federal norte-americana venha a subir a taxa de juro diretora ainda este ano, dois fatores que abalaram os mercados internacionais. Só na China, as ações do fundo norueguês derraparam 21,3%, enquanto os investimentos nos mercados acionistas dos países emergentes desvalorizaram 16,6%. Ao mesmo tempo, a Noruega, cuja economia é fortemente dependente do petróleo, tem sofrido o impacto da desvalorização dos preços da matéria prima. Para enfrentar essa crise, que já levou o desemprego a disparar para 4,6%, o governo vai levantar quase 400 milhões de euros do fundo soberano. 

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