sábado, 21 de novembro de 2015

El País sugere que Neymar deixe Espanha se quiser alívio em impostos


Um artigo publicado nesta sexta (20) no jornal espanhol "El País" faz duras críticas a postura da família de Neymar. Em editorial, o periódico diz que o atacante e seu pai, Neymar da Silva Santos, precisam se adequar ao sistema tributário da Espanha, ou o jogador pode ir embora do país. "Bem, a resposta a Neymar pai não é complexa: se não estiverem você, seu filho e sua empresa (de imagem) dispostos a acatarem as normas fiscais espanholas, o que implica em inspeções, perguntas e contradições, o melhor é irem embora. E é preciso dar a mesma resposta a quem puser sobre a mesa a ameaça de ir embora se não tiver conforto fiscal", diz uma parte do artigo. Assinado por Jesús Mota, o texto se refere à declaração de Neymar pai. Na terça-feira, ele disse que "se não tivermos uma situação confortável para trabalhar, não poderemos ficar na Espanha e teremos que sair". Outro trecho do artigo do periódico espanhol questiona as declarações do pai do atacante do Barcelona. "Os impostos não estão concebidos, nem na Espanha nem em nenhum outro país, como fatores de comodidade. O contribuinte tem que aceitar os desconfortos fiscais e pronto. Além disso, que significa confortável? É possível que Neymar pai esteja pedindo impunidade tributária ou que a empresa dos Neymar não seja submetida a inspeções de agora em diante, mesmo que existam razões objetivas para isso", diz o texto. Também sobrou críticas ao ex-presidente do Barcelona, Joan Laporta. "Neymar pai e Laporta são exemplos, infelizmente frequentes, de retrocesso cívico. Mais grave no caso do ex-presidente, visto que desempenhou responsabilidades políticas". Réu na Justiça espanhola, Neymar é acusado pelo grupo DIS, que detinha parte dos direitos econômicos do atacante, de  corrupção privada e estelionato em razão de contratos simulados. Também são réus no processo o pai do atacante, dois ex-presidentes do Santos (Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro e Odílio Rodrigues), e o ex e o atual presidente do presidente do Barcelona, Sandro Rosell e Josep Bartomeu. A Justiça espanhola vê indícios de irregularidade no contrato firmado entre Santos e Barcelona por 17 milhões de euros. O Santos Futebol Clube, o Barcelona e a N&N Consultoria, empresa da família de Neymar, também são réus no processo. Documentos mostram que o valor da negociação do atleta, feita em 2013, já bateu a casa dos 90 milhões de euros (R$ 385 milhões), segundo advogados que cuidam do caso. A DIS cobra 40% de todo o valor apurado, porcentagem que detinha dos direitos econômicos do atleta, que poderia chegar a 32 milhões de euros (R$ 140 milhões). Outro interessado em receber eventual diferença de valores da transação é a Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP). Ela, que por lei tem direito a ganhar 0,8% de todas as transferências realizadas no futebol brasileiro (nacionais e internacionais), também entrou como parte prejudicada na ação penal proposta pela DIS. Os réus podem ser condenados a pagar uma indenização, mas também à prisão. As penas dos dois crimes apontados, corrupção privada e estelionato de contrato simulado, variam de seis meses a quatro anos de detenção. Somadas, podem chegar a oito anos de prisão.

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