segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Congresso da Juventude do PT termina em racha e dissidentes protestam


Com gritos "Nem Meirelles, nem Levy, eu quero a Dilma que elegi" e "Cunha, você vai ver, a juventude está chegando ao poder", um grupo de aproximadamente 150 pessoas fez um protesto neste domingo, em Brasília. Todos participaram do 3.º Congresso da Juventude do PT e, após o encontro - que terminou em racha -, os dissidentes da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, caminharam até a Esplanada. Subiram na cúpula da Câmara e, depois, foram até o Ministério da Fazenda. Um dia depois de a Polícia ter retirado do gramado do Congresso dezenas de manifestantes ali acampados, que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff, os petistas mais à "esquerda" do partido decidiram ir mais longe e, do alto da Câmara, gritaram "Fora Cunha".  


O ato contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - que enfrenta processo no Conselho de Ética, sob acusação de manter contas secretas na Suíça com dinheiro desviado da Petrobrás -, ocorreu no mesmo dia da eleição para a Secretaria Nacional da Juventude do PT, na esteira de conflitos internos. Cinco tendências do PT se uniram contra a CNB, corrente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é majoritária no partido e tem 54% dos assentos no Diretório Nacional. Sob a justificativa de irregularidades no processo eleitoral, porém, os representantes das alas que divergem da CNB resolveram não votar e caminharam até a Esplanada para fazer um protesto. Mesmo assim, Jefferson Lima, o atual secretário da Juventude do PT e integrante da tendência majoritária, foi reeleito por aclamação. Entre as principais reivindicações do grupo dissidente - batizado de "Mudar o PT" no 5º Congresso Nacional do partido, em junho - está a cobrança pela saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a defesa da cassação de Cunha. Durante três dias, o encontro da Juventude do PT também revelou o desencanto com os rumos do governo e da própria legenda. "Estamos fazendo história ao dizer que o caminho do PT está equivocado", observou Tássia Rabelo, 26, uma das participantes do congresso, em Brasília. "O programa eleito em 2014 precisa ser cumprido". 

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