quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Terceiro colocado nas eleições argentinas acena para a oposição no segundo turno


Sergio Massa, eliminado no primeiro turno das eleições presidenciais na Argentina, evitou declarar abertamente nesta quarta-feira se vai apoiar o governista Daniel Scioli ou o opositor de Mauricio Macri no segundo turno, marcado para 22 de novembro. No entanto, o terceiro colocado no primeiro turno sinalizou que deve apoiar Macri. "A Argentina precisa de mudança, mas não de qualquer mudança, temos que construir uma mudança inteligente", disse Massa em entrevista ao lado de seus aliados em um hotel do centro de Buenos Aires. Em espanhol, a frase Massa é mais simbólica, pois ele usou a palavra "cambio" como sinônimo de mudança. "Cambiemos" ("Mudemos") é o nome da coligação política liderada por Mauricio Macri, que no domingo surpreendeu ao receber 34,3% dos votos, ficando muito próximo do candidato governista Scioli. O eleitorado de Massa, que obteve 21% dos votos no domingo passado, será o fiel da balança no segundo turno, que definirá o sucessor da peronista populista e muito incompetente Cristina Kirchner, que conclui seu segundo mandato no dia 10 de dezembro. O deputado, um ex-ministro de Cristina Kirchner que passou à oposição, destacou que os mais de cinco milhões de eleitores que votaram nele "não são gado para ser levado de um candidato para outro". Massa estimou que seus eleitores votarão em quem assumir suas propostas de campanha, que incluem o combate ao tráfico de drogas com o apoio das Forças Armadas, mudanças no sistema impositivo e combate à corrupção: "Vamos defender com unhas e dentes os sonhos destes cinco milhões que nos deram seu voto e temos a responsabilidade de defender estas idéias". Massa garantiu que não manteve contato com Macri ou Scioli: "Não buscamos cargos, o que temos é o que recebemos do povo no domingo". O governador da província de Córdoba, a segunda maior do país, o peronista José Manuel de la Sota, aliado de Massa, já disse que não votará em Scioli, mas evitou dar um apoio explícito a Macri. "O kirchnerismo não fez bem ao país", disse De la Sota a jornalistas.

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